tag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post8181627709754903391..comments2022-04-05T23:19:59.328-03:00Comments on ALFÂNDEGA DA FÉ: MÁRIO de ANDRADE:- LÍDER DO MPLA ANGOLAjoão nuneshttp://www.blogger.com/profile/09741821470353562194noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-79942673257210285692008-07-28T19:16:00.000-03:002008-07-28T19:16:00.000-03:00(CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZAN...(CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES,UM DOS FUNDADORES DO MPLA).<BR/><BR/>Ao Comité Director do M.P.L.A.<BR/><BR/>BRAZZAVILLE<BR/><BR/><BR/>Brazzaville,11 de Agosto de 1972<BR/><BR/><BR/>Prezados camaradas<BR/><BR/><BR/>Durante os últimos quatro anos, procurei dar a minha modesta <BR/>Contribuição à luta de libertação do povo Angolano ,como militante<BR/>Médico do MPLA. Mas a usura ( Física e sobretudo Psíquica ) provocada por estes quatro anos de permanência em DOLISIE, talvez de <BR/>Certo modo aliada aos 45anos que se aproximam , reduziram em muito a <BR/>Minha capacidade de luta e de trabalho; presentemente ,sinto-me incapaz <BR/>De dar ao MPLA toda a contribuição que a luta exige de um militante activo.<BR/>Continuando - Se a isso for autorizado pela Direcção do Movimento - como membro do MPLA, ao qual gostaria de poder dar uma contribuição <BR/>,ainda que ,de agora em diante limitada ,procurarei trabalhar como médico ,fora da organização ,retomando contactos de há muito perdidos com a medicina.<BR/><BR/> Queiram aceitar ,prezados camaradas ,as minhas melhores saudações.<BR/><BR/><BR/> HUGO DE MENEZESAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-49858579162117517422008-06-15T18:10:00.000-03:002008-06-15T18:10:00.000-03:00CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS ...CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS <BR/> (C.V.A.A.R.)<BR/><BR/> Brazzaville ,18 de Setembro de 1961<BR/><BR/><BR/><BR/> Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:<BR/><BR/>Saudações cordiais. Em resposta à sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organização.<BR/><BR/>Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documentação.<BR/><BR/>a) Alojamento: O comité Administrativo da nossa organização resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os médicos morassem juntos num sistema de mêsse, numa villa que satisfizessem as condições exigidas para todos os casais.<BR/><BR/>b) O local de trabalho é junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.<BR/><BR/>c) As deslocações são à cargo da organização<BR/><BR/>d) Aguardamos a oficialização do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.<BR/><BR/>e) Não há propriamente honorários. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim serão as verbas para manutenção dos médicos e suas famílias.<BR/><BR/>E é tudo. Aceite as nossas melhores saudações fraternais com um abraço amigo.<BR/><BR/><BR/><BR/><BR/>Pelo comité Administrativo do <BR/><BR/>CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS<BR/><BR/><BR/><BR/><BR/>Américo BOVOADIDA (Secretário Geral)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-14184620285368307832008-04-18T07:58:00.000-03:002008-04-18T07:58:00.000-03:00O PERCURSO De DR HUGO JOS� AZANCOT DE MENEZESHugo ...O PERCURSO De DR HUGO JOS� AZANCOT DE MENEZES<BR/><BR/>Hugo de Menezes nasceu na cidade de S�o Tom� a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.<BR/><BR/>Aos tr�s anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino prim�rio.<BR/>Nos anos 40, fez o estudo secund�rio e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.<BR/>Neste pais, participou na funda�o e direc�o de associa�es estudantis, como a casa dos estudantes do imp�rio juntamente com M�rio Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.<BR/>Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das col�nias de express�o inglesa como Joshua Nkomo( ent�o presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabu�),George Houser ( director executivo do Am�rican Commitee on �frica),Al�o Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nig�ria e baston�rio da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumi� ( presidente da UPC, Uni�o das popula�es dos Camar�es),Bem Barka (na altura secret�rio da UMT- Uni�o Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucion�rias.<BR/>Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( pol�ticos nacionalistas das ex. col�nias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o ent�o embaixador da Guin�-Conacry em Paris( Naby Yola).<BR/>A este �ltimo pediu para ir para Conacry, n�o s� com objectivo de exercer a sua profiss�o de m�dico como tamb�m para prosseguir as actividades pol�ticas iniciadas em lisboa.<BR/>Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao j� independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decis�o do pr�prio presidente Sekou -Tour�.<BR/>Ainda em 1959 funda o movimento de liberta�o dos territ�rios sob a domina�o Portuguesa.<BR/>Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2� confer�ncia dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.<BR/>Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspond�ncia e di�logo ass�duos.<BR/>De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influ�ncia junto do presidente Sekou-tour� a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que ent�o pudessem lan�ar o grito da liberdade.<BR/><BR/>L�cio Lara e sua fam�lia foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eug�nia Cruz , M�rio de Andrade , Am�lcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Concei�o Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo Jos� Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro n�cleo da OMA ( fundada a organiza�o das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Concei�o Boavida ( esposa do Dr Am�rico Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de S�o Tom� e Pr�ncipe). <BR/>A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Migu�is .<BR/><BR/><BR/>Na resid�ncia de Hugo, noites e dias �rduos ,passados em discuss�es e trabalho� nasce o MPLA ( movimento popular de liberta�o de Angola).<BR/>Desta forma � criado o 1� comit� director do MPLA ,possuindo Menezes o cart�o n� 6,sendo na realidade Membro fundador n�5 do MPLA .<BR/>De todos ,� o �nico que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.<BR/>Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.<BR/><BR/>A 5 de agosto de 1961 parte com a fam�lia para o Congo Leopoldville ,a� forma com outros jovens m�dicos angolanos rec�m chegados o CVAAR ( centro volunt�rio de assist�ncia aos Angolanos refugiados).<BR/><BR/>Participou na aquisi�o clandestina de armas de um paiol do governo congol�s.<BR/>Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da r�dio GHANA para emiss�es em l�ngua portuguesa.<BR/><BR/>Em Accra , contando unicamente com os seus pr�prios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Fa�lha.<BR/><BR/>Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como rep�rter do mesmo jornal, na resid�ncia do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.<BR/>Ainda em Accra, emprega-se na r�dio Ghana juntamente com a sua esposa nas emiss�es de l�ngua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo portugu�s ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emiss�es s�o ouvidas por todos cantos de Angola.<BR/><BR/>Em 1966�� criada a CLSTP (Comit� de liberta�o de S�o Tom� e Pr�ncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.<BR/><BR/>Neste mesmo ano d�-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma � deposto. Nesta sequ�ncia ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representa�es diplom�ticas que praticavam uma pol�tica favor�vel a Nkwme Nkruma s�o obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequ�ncia , Hugo foge com a fam�lia para o Togo.<BR/>Em 1967 Dr Hugo Jos� Azancot parte com esposa para a rep�blica popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e d�o apoio aos guerrilheiros das bases em especial � Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congol�s para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remunera�o. <BR/><BR/>Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como m�dico da segunda regi�o militar: Dirige o SAM e d� assist�ncia m�dica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do territ�rio Angolano, onde � alcunhado � CALA a BOCA� por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em sil�ncio.<BR/><BR/>Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino prim�rio e secund�rio em Dolisie ,onde ele e sua esposa d�o aulas.<BR/><BR/>Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a dif�cil e prolongada vida de sobreviv�ncia ,em 1972 parte para Brazzaville.<BR/><BR/>Em 1973,descontente com a situa�o no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irm�os M�rio e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signat�rios do � Manifesto dos 19�, que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.<BR/>Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de C�u Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a sa�da do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necess�rio a interven�o do pr�prio Liceu Vieira Dias).<BR/><BR/>Em 1977 � convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .<BR/><BR/>Na d�cada de 80 exerce o cargo de presidente da junta m�dica nacional ,dirige e elabora o primeiro simp�sio nacional de rem�dios.<BR/><BR/>Em 1992 participa na forma�o do PRD ( partido renovador democr�tico).<BR/>Em 1997-1998 � diagnosticado cancro.<BR/><BR/>A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura m�tica da historia Angolana.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-55344575377908206462008-04-18T07:57:00.000-03:002008-04-18T07:57:00.000-03:00PARTIDO AFRICANO DA INDEPEND�NCIA DA GUIN� E CABO ...PARTIDO AFRICANO DA INDEPEND�NCIA DA GUIN� E CABO VERDE<BR/>Sede: Bissau<BR/> Conacry , 20 de Fevereiro de 965<BR/><BR/><BR/><BR/> Mr. Hugo MENEZES<BR/><BR/> P.O.BOX 1633<BR/><BR/> ACCRA (Ghana)<BR/><BR/><BR/>Caro amigo,<BR/><BR/> Em resposta � sua carta de 23 de Novembro �ltimo, temos a dizer-lhe o seguinte:<BR/><BR/>1�/ - A iniciativa da publica�o, no Ghana, de um jornal em l�ngua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, n�o podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam � concretiza�o dessa ideia;<BR/><BR/>2�/ - Nesse intuito, pensamos p�r, em breve, � vossa disposi�o, algum material escrito e fotogr�fico, expor -vos as nossas sugest�es e enviar - vos a colabora�o escrita que nos pedem;<BR/><BR/>3�/ - Dada que a sua carta nos chegou num per�odo em que o nosso secret�rio geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas h� alguns dias, n�o nos foi ainda poss�vel enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro n�mero do jornal. Contamos, entretanto, poder faz�-lo brevemente.<BR/><BR/>Apresente as nossas melhores felicita�es a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.<BR/><BR/>Com os melhores votos, queiram receber as nossas<BR/><BR/> SAUDA��ES COMBATIVAS<BR/><BR/><BR/> VASCO CABRAL<BR/><BR/><BR/><BR/>SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUIN�EAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-86410588340195071002008-04-18T07:55:00.000-03:002008-04-18T07:55:00.000-03:00UMA CR�TICA MUITO DURA AOS M�TODOS DO MPLAAo saber...UMA CR�TICA MUITO DURA AOS M�TODOS DO MPLA<BR/><BR/>Ao saber da conversa ocorrida em Acra (Ghana), L�cio Lara reagiu: � Os cubanos falam de mais�<BR/><BR/>HUGO AZANCOT DE MENEZES<BR/><BR/>Longe de mim a pretens�o de ter feito hist�ria ou de escrev�-la.<BR/>Contudo, vivi factos que envolvem, tamb�m , outros protagonistas.<BR/>Alguns, figuras ilustres. Outros, gente humilde, sem nome e sem hist�ria, relacionados, apesar de tudo, com per�odos inolvid�veis das nossas vidas.<BR/>Alguns destes factos , ainda que de fraca relev�ncia, podem ter interesse, como � entrelinhas da Hist�ria�, para ajudar a compreender situa�es controversas.<BR/>Conheci Ernesto Che Guevara em Acra , em 1964, e comprometi - me a n�o publicar alguns temas abordados na entrevista que tive o privil�gio de lhe fazer como � rep�rter� do jornal Fa�lha.<BR/><BR/>J� se passaram mais de 30 anos. O contexto actual � outro.<BR/> Pela primeira vez os revelo, na certeza de que j� n�o � o quebrar de um compromisso, nem a profana�o de uma imagem que no<BR/>A entrevista realizou-se na resid�ncia do embaixador de Cuba em Acra , Armando Entralgo Gonz�lez, que nos distinguiu com a sua presen�a.<BR/>Ali estava Che� <BR/>A sua tez muito p�lida contrastava com o verde - escuro da farda.<BR/>As botas negras, impecavelmente limpas.<BR/>Encontrei-o em plena crise de asma, Socorria - se , ami�de, de uma bomba de borracha.<BR/>Che Guevara , deus dos ateus, dos espoliados e dos explorados do terceiro mundo, deus da guerrilha, tinha na m�o uma bomba, n�o para destruir mas para se tratar� de falta de ar. Aspirava as bombadas, dando sempre mostras de um grande auto -dom�nio.<BR/>Fora-me solicitado que submetesse o question�rio � sua pr�via aprecia�o - e assim o fiz.<BR/>Uma das quest�es dizia respeito � cultura da cana - de - a�car em Cuba.<BR/>Como encarava ele a aparente contradi�o de combater teoricamente a monocultura - apan�gio dos sistemas de explora�o colonial e t�o t�pica dos sistemas de explora�o colonial e t�o t�pica do subdesenvolvimento - ao mesmo tempo que fomentava, ao extremo, a cultura da cana e a produ�o de a�car - mono -produto de que Cuba se tornaria, afinal, cada vez mais dependente?<BR/>Outro tema que nos preocupava, a n�s , africanos, era o papel dos cidad�os cubanos de origem africana na revolu�o cubana e a fraca representa�o deles nos �rg�os de direc�o dos pa�s e do partido, os quais tinham proscrito qualquer discrimina�o racial.<BR/>N�o constituiria o comandante Juan D�Almeida - �nico afro - cubano na direc�o do partido - uma excep�o?<BR/>Entretanto, a crise de asma agudizava-se , o que nem a mim me dava o � - vontade requerido nem, obviamente, ao meu interlocutor a disposi�o necess�ria para o di�logo.<BR/>Insistiu para que eu o iniciasse. Ao responder - lhe que n�o me sentia � vontade para faz�-lo, em virtude de seu estado, disse - me em tom provocante e com certa ironia :� Vejo que voc� � um jornalista muito t�mido.�<BR/><BR/>No mesmo tom lhe respondi, que n�o me tinha pronunciado como jornalista, mas como m�dico .� Comandante, as suas condi�es n�o lhe permitem dar qualquer entrevista�, disse-lhe eu.<BR/>Olhando-me , meio surpreso e sempre ir�nico, replicou: � Companheiro, eu n�o falo como doente, tamb�m falo como m�dico.<BR/>Em meu entender, estou em condi�es de dar a entrevista.�<BR/>Mas a crise de asma n�o melhorava, tornando imposs�vel o di�logo. Foi necess�rio adi�-lo.<BR/>Reencontr�mo-nos dias depois. Estava, ent�o, quase euf�rico. Referindo-se � atitude dos cidad�os cubanos de origem africana, � sua fraca participa�o na revolu�o, disse n�o gostar de se referir � origem ou � ra�a dos homens.<BR/>Apenas � esp�cie humana, a cidad�os, a companheiros.<BR/>Manifestei-lhe a minha total concord�ncia. �A verdade �, disse-lhe eu, �� que a revolu�o cubana tinha suscitado em todos n�s , africanos, uma enorme expectativa, muita esperan�a, pois que, pela primeira vez, assistia-mos a um processo revolucion�rio de cariz marxista, num pa�s subdesenvolvido e eis - colonial , tendo, lado a lado, cidad�os de origem europeia e africana, e onde a discrimina�o racial tinha sido, e ainda era, t�o not�rio.�<BR/>Cuba seria pois, para n�s, africanos, um teste. Segu�amos atentamente a sua evolu�o e quer�amos ver como seria resolvido este problema.<BR/>Muitos, em �frica, mostravam-se c�pticos. Mais do que interesse, da nossa parte existia ansiedade.<BR/>Segundo Che Guevara , a popula�o de origem africana, a principio, n�o participava no processo. Via-o com uma certa indiferen�a, como mais uma luta�<BR/>�deles�. Mas a desconfian�a estava a desaparecer, era cada vez maior a ades�o, � medida que iam constatando que este processo era totalmente diferente daqueles que o precederam. Que era um processo para todos.<BR/>Che Guevara acabava de chegar do Congo - Brazzaville.Visitara as bases do MPLA em Cabinda (de facto, na zona fronteiri�a Congo/ Brazzaville /Cabinda) .<BR/>Pedi - lhe que me desse as impress�es da sua visita. Che n�o era um diplomata, mas um guerrilheiro, e foi directamente � quest�o:<BR/>� O MPLA tem ao seu dispor condi�es de luta excepcionais.<BR/>Quem nos dera a n�s que, durante a guerrilha, em Cuba, tiv�ssemos algo compar�vel. Mas estas condi�es n�o est�o a ser devidamente aproveitadas, exploradas �<BR/>O MPLA n�o luta, n�o procura o inimigo , n�o ataca�<BR/>O inimigo deve ser procurado, deve ser fustigado, deve ser perseguido, mesmo no banho. Agostinho Neto est� a utilizar a luta armada apenas como mero instrumento de press�o pol�tica.�<BR/>Dei parte da conversa a Agostinho Neto. N�o reagiu. Tal como a L�cio Lara, que me respondeu:<BR/>� Os cubanos falam demais.�<BR/>Mas Che falava verdade. Durante v�rios anos, na minha qualidade de respons�vel dos servi�os de assist�ncia m�dica da 2� regi�o pol�tico - militar do MPLA (Cabinda ) , fui disso testemunha a cada passo.<BR/>A� e assim , como contesta�o a esta e outras situa�es id�nticas, surgiria dentro do movimento, antes de Abril de 1974, a Revolta Activa.<BR/><BR/>Hugo Jos� Azancot de Menezes foi m�dico. Foi um dos fundadores do MPLAAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-68336612151570611332008-04-18T07:54:00.000-03:002008-04-18T07:54:00.000-03:00MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTA��O DE ...MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTA��O DE <BR/> DE ANGOLA<BR/> M.P.L.A.<BR/>51,Avenue Tombeur de Tabora<BR/> LEOPOLDVILLE<BR/><BR/><BR/><BR/><BR/>COMIT�<BR/>DIRECTOR<BR/><BR/><BR/>NACIONALISTAS ANGOLANOS<BR/><BR/><BR/><BR/>Transcreve-se a nota N� .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comit� Executivo da Uni�o das popula�es de ANGOLA:<BR/><BR/>� Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organiza�o militar, que se dirigia a Nambuangongo em miss�o de socorro �s popula�es cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela trai�o, cercada e feita prisioneira por grupos armados da Uni�o das Popula�es de Angola que actuam no corredor de entrada e sa�da dos patriotas angolanos.<BR/><BR/> Desde aquela data at� hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , n�o sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comit� Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos �rg�os dirigentes da UPA <BR/> Diante desse crime de lesa - p�tria e que enodoa o digno movimento patri�tico do povo angolano.<BR/><BR/> O Comit� Director do M.P.L.A. Faz o mais en�rgico protesto contra esse acto anti - patri�tico, que visa a enfraquecer a resist�ncia armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.<BR/> Sob pena desse � affaire � ser levado imediatamente ao conhecimento da opini�o p�blica e dos organismos internacionais , o comit� Director do MPLA <BR/><BR/>� - exige a imediata liberta�o de todos os nossos compatriotas;<BR/>� - exige a entrega de todos as armas, muni�es e demais bagagens <BR/><BR/>� - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e <BR/><BR/>� - responsabiliza, desde j� , a uni�o das popula�es de Angola pela <BR/><BR/><BR/>� - vida desses nossos valorosos compatriotas.<BR/><BR/> � Na expectativa, subscrevemo-nos <BR/><BR/><BR/> Atenciosamente<BR/><BR/> (ass) Mario Pinto de Andrade<BR/> Viriato da cruz<BR/> Matias Migu�is<BR/> Eduardo dos Santos<BR/> Hugo de MenezesAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-581352158790013727.post-23352118421381360022008-04-18T07:52:00.000-03:002008-04-18T07:52:00.000-03:00Caro HugoSaúde para si e para a família. Nós por ...Caro Hugo<BR/><BR/><BR/><BR/><BR/>Saúde para si e para a família. Nós por cá tudo normal excepto a complicação dos disparates dos amigos da Firma UPA- PDA que se pretendem grandes vítimas do nacionalismo angolano quando é certo sofrerem do nacionalismo de ricos…<BR/>Deves estar ao corrente de que provavelmente na 2ª quinzena de Setembro se deve realizar o congresso popular para modificações disciplinares no nosso movimento. Como todos os membros do comité Director devem assistir a ele, era e é máxima conveniência que respondesse ao telegrama que o MPLA te enviou confirmando a minha aceitação da proposta do presidente Nkrumah e tua a fim de eu ficar a trabalhar em Accra.<BR/><BR/>Convém que me responda se recebeu o telegrama e quando conta que eu possa aparecer aí, para também aqui se fazer um plano de trabalho de sorte a minha ausência mesmo inopinada não prejudique a boa marcha das coisas.<BR/>Recomendações da minha família à sua.<BR/>Abraço e saudações nacionalistas.<BR/>Ao seu dispor<BR/>Leo , 30/08/ 1962<BR/><BR/>José DomingosAnonymousnoreply@blogger.com