segunda-feira, 2 de junho de 2008

8º ANO: BIOGRAFIA "BARTOLOMEU de GUSMÃO"

Bartolomeu de Gusmão

Bartolomeu de Gusmão nasceu no Brasil em 1685 (nessa época o Brasil ainda era território português) e foi um dos primeiros construtores do mundo a tentar criar uma máquina voadora.
Apesar de se considerar que a primeira vez que se conseguiu voar foi com os irmãos Montgolfier (cujo balão de ar quente voou em 1783), Bartolomeu de Gusmão inventou o aeróstato movido a ar aquecido, cerca de setenta anos antes!
Bartolomeu fez os seus primeiros estudos no seminário de Belém da Cachoeira, que pertencia aos jesuítas.
Já nessa época mostrou que tinha muito jeito para a física e para a mecânica.Sabias que quando ainda era estudante construiu um mecanismo com canos e represas para fazer subir a água até ao seminário, situado a cerca de 100 m de altitude?
Com a sua ajuda, a água já não precisava de ser transportada pela encosta acima às costas dos frades ou no lombo dos animais.
Ainda noviço, abandonou a Companhia de Jesus (1701), vindo a ser ordenado sacerdote mais tarde.
Em 1708, foi para Portugal e passou a frequentar a faculdade de Coimbra, tendo obtido o doutoramento em 1720.
Os seus estudos foram interrompidos para se dedicar a tempo inteiro ao seu grande invento: um pequeno balão (ou globo) feito de lona ou papel, aquecido pelo fogo.
Consta que se inspirou para criar este invento ao observar uma pequena bola de sabão pairando no ar.
Em 1709, escreveu "Manifesto sumário para os que ignoram poder-se navegar pelo elemento do ar" e realizou, em Lisboa, as primeiras experiências com a sua "máquina voadora".
Relatos da época contam que da primeira vez que quis mostrar o seu invento a D. João V, o balão pegou fogo e não voou; contudo, na segunda tentativa, feita no paço real, o "instrumento de voar" elevou-se quatro ou cinco metros, até ao tecto da sala dos embaixadores.
Assustados com a possibilidade de um incêndio, os criados do palácio lançaram-se contra o engenho antes que este chegasse ao tecto.
Imagina a cara das pessoas da época quando viram esta "máquina voadora" a elevar-se no ar. Nunca antes tinham visto tal coisa!
Há ainda registo de uma terceira experiência, em que o balão foi lançado da ponte da Casa da Índia, tendo subido a uma altura considerável.
É claro que existem muitas lendas que contam que Bartolomeu de Gusmão teria voado do castelo de São Jorge até ao Terreiro do Paço ou da torre de São Roque ao convento de São Pedro de Alcântara, mas nunca existiram provas.
Como deves calcular, estas experiências causaram grande sensação nos lisboetas e tornaram-no conhecido como "Padre Voador". :)
Continuando a sua investigação, pioneira na navegação aérea, apresentou em 1710 um outro invento destinado a escoar água dos navios.
Entretanto, em 1713, começou a circular pela capital um folheto com um desenho de uma "Passarola" - uma barcaça fabulosa em forma de ave que voaria através de vários "magnetismos e espíritos".
A verdade é que o Padre estava realmente a trabalhar num invento para voar, mas que voaria pelas Leis da Física e da Mecânica, e não por "magnetismos e espíritos".
No entanto, o descrédito e a desconfiança em relação a Bartolomeu de Gusmão começaram a generalizar-se.Conta-se que Bartolomeu de Gusmão criou este desenho falso da "Passarola" para desviar a atenção das suas verdadeiras invenções... Será verdade?
Apesar das más línguas, sendo amigo do rei que lhe reconhecia os créditos, Bartolomeu de Gusmão foi recebido na corte e nomeado membro da Academia Real da História, em 1720, e capelão real, em 1722.
Dois anos depois, viu-se envolvido numa conspiração palaciana e a Inquisição aproveitou para o acusar de bruxaria, feitiçaria e judaísmo.
Para evitar morrer na fogueira, fugiu para fora de Portugal com o irmão mais novo, depois de ter queimado a maior parte do seu arquivo pessoal.
Acabou por falecer em Espanha, durante a viagem, em 1724, com uma crise de febre. Mesmo assim, deixou alguns registos de notas relativas às suas invenções que o tornaram conhecido em todo o mundo.
Com a invenção e idealização do flutuador aerostático, Bartolomeu de Gusmão deu um passo gigantesco para aquilo que viria a ser no futuro uma aeronave, sendo correctamente considerado o "Pai da Aerostação".

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