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terça-feira, 20 de maio de 2008

7º ANO: JOGOS OLÍMPICOS: ANTIGA GRÉCIA

JOGOS OLÍMPICOS NA ANTIGUIDADE
Jogos Olímpicos na Grécia Antiga
Os jogos mais famosos e apreciados no mundo grego eram os patrocinados pelo Templo de Zeus, que se realizavam de 4 em 4 anos em Olímpia. No seu estádio decorriam as competições atléticas, como corridas, boxe, luta e pentatlo.
Aqueles que se comprometiam a participar nos jogos eram obrigados a preparar-se durante dez meses e deveriam chegar a Olímpia com um mês de antecedência para completar os treinos. Com os atletas chegavam mercadores e peregrinos que se hospedavam ou acampavam na cidade. Assistiam às solenes cerimónias religiosas e participavam nas distracções religiosas que ali se organizavam. Todas as provas tinham um carácter estritamente individual: conduziam à glorificação do atleta que se tivesse revelado o melhor. É um facto assinalar o de que os gregos nunca introduziram nos jogos competições colectivas.


Os jogos olímpicos , na Antiguidade Clássica, incluíam uma enorme variedade de eventos desportivos. Muitos destes são os antecessores dos jogos olímpicos modernos . Os jogos olímpicos da Antiguidade, eram os seguintes:
- Box
- Luta Livre ( os combates são brutais e não se tomam precauções para evitar os ferimentos)
- Lançamento de Disco ( de pedra polida ou metal)
- Remo
- Pentatlo (compreende cinco provas: dardo, disco, salto em comprimento, luta e corrida)
- Salto
- Corrida ( os concorrentes, sem sapatos e com o corpo untado, tomam lugar numa linha de partida de pedra
- Pankration (luta similar ao boxe, são permitidos todos os golpes, incluindo o estrangulamento)
- Corridas Equestres (nestas corridas não há obstáculos, o cavaleiro apeia-se e conduz o cavalo à meta)
- Corrida de mensageiros e Trompeteiros.
O FIM DOS JOGOSNo ano 391 da nossa era, o imperador romano Teodósio I, proibiu por decreto todos os cultos pagãos que incluiam jogos olímpicos, o que significava o fim provisório do movimento olímpico.
Em 426, o imperador romano Teodósio II, mandou queimar o Templo de Zeus e mais alguns edifícios. Pode ter sido este o último ano em que os Jogos Olímpicos da Antiguidade se realizaram.
O fim dos jogos olímpicos foi várias vezes vaticinado, perante crises políticas, no entanto a ideia olímpica resistiu às duas guerras mundiais, bem como às épocas de transformações, a golpes de estado e a revoluções - evidentemente, quase sempre sob diferentes condições exteriores e considerações políticas.

9º ANO: BANDEIRA OLÍMPICA

Bandeira Olímpica
A primeira e mais bem conhecida bandeira usada em desportos é a Bandeira Olímpica.

Historia
A bandeira foi criada em 1913 pelo Barão Pierre de Coubertin. Foi apresentada ao congresso olímpico de 1914 em Alexandria (Grécia). Estreou nos Jogos Olímpicos da Antuérpia em 1920. Esta bandeira foi aposentada em 1984, depois dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Para Olimpíadas de Seul foi confeccionada uma nova bandeira. A bandeira fica guardada no corredor da cidade anfitriã ate os próximos jogos olímpicos.

Desenho
Fundo branco puro sem nenhuma borda. Cinco Argolas entrelaçadas, 3 em cima e 2 em baixo. As argolas possuem as cores azul, preta e vermelha (em cima) e amarela e verde (em baixo).

Simbologia

O fundo branco significa paz e amizade entre as nações competidoras e os anéis representam os cinco continentes, denotando o caráter global do Movimento Olímpico. As Cores das argolas deveriam representar os cinco continentes: Preto – África, Verde – Oceania, Azul – Europa, Vermelho – América, Amarelo – Ásia. No entanto, esta simbologia não foi confirmada como sendo intencional.

7º ANO: JOGOS OLÍMPICOS: ANTIGA GRÉCIA

Jogos OlímpicosFique a conhecer as origens dos Jogos Olímpicos e como evoluíram até ao evento que hoje conhecemos. A sua história, os jogos da era moderna e os jogos paraolímpicos.





As origens e o espírito dos Jogos Olímpicos.
A história dos Jogos Olímpicos tal como hoje os conhecemos é longa e remonta à Antiguidade. Os governantes das cidades gregas organizavam festas cívicas e religiosas, normalmente de quatro em quatro anos (uma olimpíada) em homenagem aos que tivessem sido mortos durante esse período. Para dar início a esta cerimónia, que decorria sempre em noites de lua cheia, sacerdotisas acendiam uma chama no altar à deusa Hera (irmã de Zeus e filha de Rhea). Os homens competiam numa corrida a pé (aulus) pelo privilégio de a sua cidade transportar a tocha com a chama até o altar. Cada cidade-estado (na altura a Grécia ainda não era um estado, mas um conjunto de cidades-estado com comunidades independentes a nível político e económico) organizava as suas cerimónias e competições. Por exemplo, em Corinto, decorriam os Jogos Ístmicos (no segundo e quarto ano de cada olímpiada, a partir de 581 a.C.) em homenagem ao deus das águas, Poseidon, enquanto que, em Delfos, se realizavam os Jogos Píticos (desde 582 a.C., de quatro em quatro anos, desencontrados do Jogos Olímpicos), honrando o deus da beleza e do Sol, Apolo. Celebrados em Nemeia, em honra de Zeus, os Jogos Nemeus decorriam no segundo e quarto ano de cada olímpiada (desde 573 a.C.). Destacavam-se pela sua grandiosidade as cerimónias em Olímpia (localizada na parte ocidental do Peloponeso) em honra a Zeus Olímpico, datadas pelos Gregos em 776 a.C.. Segundo a tradição os Jogos Olímpicos teriam sido fundados por Hércules, honrando Pelops como o primeiro herói do evento. Os jogos Pan-helénicos (Píticos, Olímpicos, Ístmicos e Nemeus), que nunca decorriam no mesmo ano, denominavam-se assim por estarem abertos a todos os Gregos. O movimento originado pela dimensão das cerimónias em Olímpia, de quatro em quatro anos, provocou o reaparecimento de antigas divergências entre as cidades-estado. De forma a evitar os confrontos, os sábios da cidade instituíram disputas que decorriam em paralelo com as cerimónias de carácter religioso. Desta forma, as zangas eram esquecidas, pelo que os Jogos Olímpicos se tornaram conhecidos como os Jogos da Paz. A importância adquirida pelos jogos foi tal que se estabeleceu um calendário geral, no qual se contava por olimpíadas e que se sobrepôs aos calendários locais. No século IX a.C. os reis de Esparta, Pisa, e Ilía consagraram, em Olímpia, um tratado de paz, o Ekeheiria (Trégua Sagrada), que tinha sido firmado anteriormente. Foram gravadas num disco de pedra, com as assinaturas dos reis, as regras básicas do acordo estabelecido. De acordo com a tradição deste tratado, durante o período tréguas, os atletas, artistas e as suas famílias, assim como os peregrinos podiam viajar em completa segurança para participar ou assistir aos jogos e depois regressar também em segurança. O clima de paz era essencial para a realização dos jogos. À medida que se aproximava a abertura do evento, os cidadãos de Elis proclamavam pela Grécia o período de armistício. Depois do anúncio os atletas e os seus treinadores partiam para os jogos. Ao chegar a Elis treinavam durante um mês no ginásio da cidade, na última etapa de qualificação para os Jogos. Os seleccionados partiam para Olímpia e aí prometiam participar na competição de forma honrosa e de acordo com a regras estabelecidas. Os atletas que não as cumprissem eram obrigados a pagar multas. Com este dinheiro eram erigidas estátuas de Zeus que eram colocadas, com o nome do atleta inscrito na base, ao longo da caminho até ao estádio, para lembrar o exemplo a não seguir.
Com a crescente participação de atletas oriundos de colónias gregas, da África e das costas do mar Mediterrâneo, os jogos passaram a contar com uma programação e também com conceitos mais rigorosos. Iniciavam-se com uma cerimónia de abertura, com o juramento de lealdade dos atletas sobre o sangue do sacrifício de animais. Nos dias seguintes realizavam-se 14 competições, entre provas de carros de mulas e cavalos de sela, corrida no estádio, corrida revestido de armas, pugilato, pancrácio (uma combinação entre luta e pugilato), pentatlo e a prova mais nobre, a corrida de cavalos. Entre as provas de corrida incluía-se o diaulus - com duas voltas na pista do estádio - e o dolichus (entre 7 a 24 voltas, numa prova de resistência). O pentatlo integrava uma prova corrida de velocidade, de arremesso de dardo, outra de arremesso de disco, uma prova de salto em comprimento e uma de luta. As provas de corrida decorriam no terceiro dia e, no quarto dia, as lutas livres ou com punho. Por último, organizava-se um banquete, no quinto dia, para a distribuição dos prémios. Logo depois da prova, após o anúncio do vencedor pelo arauto, um juiz grego, Hellanodikis, entregava-lhe uma folha de palmeira, que simbolizava um ceptro. Também como símbolo da vitória, à volta da cabeça e nas mãos, eram-lhe colocadas faixas vermelhas. A cerimónia oficial tinha lugar no último dia dos jogos no templo de Zeus. Em voz alta, o arauto proclamava o nome do vencedor olímpico, o nome de seu pai e o da sua terra de origem. Um juiz grego coroava então o vencedor com os ramos trançados de oliveira, que eram colhidos próximo do templo de Zeus. (Os gregos estabeleciam uma analogia entre o crescimento das árvores e o do corpo humano.) Mais tarde os atletas profissionalizados vencedores passariam também a receber dinheiro, o que veio a contribuir para a desvirtuação e declínio do espírito dos jogos. No regresso às suas cidades, os vencedores recebiam honrarias e erigia-se uma estátua em sua homenagem. Em Atenas era aberta uma brecha nas muralhas da cidade para o vencedor poder entrar. Os Hellanodikai, que superintendiam a organização dos jogos, eram escolhidos entre as melhores famílias da Élide e, para além de presidirem ao banquete final e coroarem os vencedores, recebiam ainda no primeiro dia o juramento de lealdade dos participantes. Anteriormente, os sábios de Olímpia instituíram, o triastes, uma prova que tinha como finalidade determinar o melhor dos melhores dos atletas, a soma do aulus, do diaulus e do dolichus. Leônidas de Rodes, foi o vencedor durante doze anos seguidos desta prova. As regras não impunham elevados padrões desportivos uma vez que o ideal grego se centrava acima de tudo no treino e aperfeiçoamento físico e militar. A beleza do corpo era considerada um reflexo da beleza interior; para os Gregos a prática do desporto ajudava a encontrar a harmonia entre a mente e o corpo. O evento pretendia mostrar as qualidades físicas dos participantes e a evolução das suas performances, encorajando e motivando as boas relações entre as cidades. A pureza e importância atribuída aos jogos advinha da celebração religiosa que lhe estava associada de origem, de acordo com os especialistas. Já na Antiguidade se reconhecia e valorizava a importância destes jogos e, em particular, do espírito olímpico para os forte vínculos de união entre os Helenos. A popularidade dos jogos foi crescendo de tal forma que em 632 a. C., já integravam vinte modalidades. Sólon ofereceu a cada campeão mil dracmas em moedas, em 592 a.C.. No ano de 444 a.C., foi integrado nos jogos um departamento artístico. Aqui eram atribuídos prémios destinados à escultura, à filosofia e à pintura. As arquibancadas do estádio de Olímpia (com formato em “U”) e o estádio, onde se localizava o hipódromo, poderiam acolher uma assistência de milhares de pessoas. Estima-se que os Jogos Olímpicos contassem com a presença de cerca de 40.000 pessoas entre atletas, espectadores e comerciantes. Inicialmente, eram estritamente masculinos e as mulheres competiam num outro evento, a Heraea, que tinha lugar na cidade de Argos, a meio de cada intervalo de quatro anos. Só podiam participar os cidadãos livres. Os escravos e aqueles que tinham referências negativas no seu currículo viam vedada a sua participação nos jogos. Quanto à assistência, eram banidas as mulheres casadas. Homens livres, escravos e jovens raparigas podiam fazer parte da multidão de espectadores que assistia aos jogos.
Com a perda da independência da Grécia, devido à invasão de Roma, os Jogos da Paz acabaram por sofrer a influência negativa da discórdia e da corrupção. Os Romanos estimulavam os seus jovens a desafiar os helénicos, profissionalizaram os seus atletas e, se se deparavam com dificuldades em superar as competições, tentavam subornar os seus adversários. Após ter ameaçado os seus oponentes, Nero, em 67 a. C., venceu o prémio da corrida de charrete puxada por quatro cavalos (quadriga). Tentou ainda reclamar um outro prémio, em mais um episódio que contribuiu para que os jogos acabassem por perder a sua essência ética e moral. Assim, contribuíram fortemente para o desaparecimento dos jogos, a profissionalização dos atletas (cuja principal motivação passou a ser a colecção de vitórias participando em várias competições; não só nos jogos Pan-helénicos mas também em outras locais); a participação de Romanos, que pretendiam acima de tudo agradar aos espectadores e o paganismo dos jogos. Com o nascimento do Cristianismo, a crença num único deus e a conversão dos imperadores a esta religião fizeram com que os jogos não mais pudessem ser tolerados. Após a proibição de cultos pagãos pelo imperador Teodósio I, que se convertera ao Cristianismo, os Jogos Olímpicos ficaram seriamente ameaçados, sendo que a derradeira foi realizada em 394. Em 390 milhares de Helénicos foram mortos pelos Romanos, com autorização do imperador de Roma, Teodósio I. Em Tessalónica tinha ocorrido uma celebração circense, uma festa pagã, durante a qual foi permitida toda a libertinagem. Os Romanos, provocados pelos Gregos, incendiaram casas e espancaram a população. Os Godos de Alarico devastaram Olímpia, em 288. Os bárbaros do centro-leste da Europa invadiram Roma e suas províncias da Grécia mais de um século depois e sequestraram a estátua de Zeus (ainda adorado em Olímpia), uma das sete maravilhas do mundo antigo. Olímpia ficou esquecida por muitos anos, após o terramoto (no século VI) que assolou uma parte da cidade e o estádio. Uma inundação veio atolar as ruínas do terramoto escondendo-as sobre a terra.
Os Jogos Olímpicos da Era Moderna
Os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna tiveram lugar em Atenas, no ano de 1896. O renascer os jogos atraiu atletas de catorze nações com as maiores comitivas a virem da Grécia, Alemanha e França. No dia 6 de Abril de 1896, ao vencer o triplo salto em comprimento, o americano James Connolly tornou-se no primeiro atleta olímpico após um lapso de mais de 1500 anos. Os habitantes de Atenas receberam os jogos com um grande emoção e apoio, recompensado quando o grego Spiridon Louis (pastor de ovelhas) venceu a maratona. Este jogos realizaram-se em Atenas, em homenagem à pátria de origem, numa retoma do ideal olímpico, fruto das iniciativas de Pierre de Fredy, barão de Coubertain. Anteriormente, o alemão J. J. Wincklemann, em 1870, iniciara várias escavações extensas na Grécia. Depois de, em 1871, se detectarem indícios da existência de Tróia, em 1875, com o apoio financeiro de William Chandler (antiquário e colecionador), foram encontradas as ruínas de Olímpia.
Pierre de Fredi, Barão de Coubertin
Pierre de Fredy (nascido em Paris, em 1863), barão de Coubertain e pedagogo do desporto, motivado pela frase "O importante não é vencer, mas competir, e competir com dignidade", encetou o estudo das histórias dos jogos, crendo que uma versão moderna dos Jogos impediria a Europa de entrar em guerra. Para o trabalho de Pierre de Fredy, essencial para o ressurgimento das Olimpíadas, foi importante a influência Thomas Arnold, director de um colégio de raguebi inglês. Neste estabelecimento de ensino o desporto servia para promover a educação moral dos estudantes. Coubertin assistiu aos Jogos Pan-Helênicos, comissionado pelo governo francês, ficando motivado com possibilidade de se voltaram a organizar os Jogos Olímpicos. Apesar das incursões aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à Prússia, para divulgar a sua intenção não terem tido sucesso, Coubertin não desistiu. Em 1894, conseguiu realizar, em Paris, na Universidade de Sorbonne, um congresso internacional, uma pré-convenção olímpica. Neste encontro com setenta e nove delegados oficiais de treze nações e vinte e um representantes informais de outros países, conseguiu um compromisso formal. De acordo com este compromisso seriam realizadas competições desportivas de quatro em quatro anos, convidando todas as nações a participar no evento. Ficou também estabelecida a data e o local daqueles que viram a ser os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, os jogos de 1896, a decorrer durante a Primavera na Europa, em Abril, na cidade de Atenas. Henri Didon padre jesuíta amigo de Coubertin, emprestou-lhe o lema, que iria dar o mote aos jogos: "Citius, Altius, Fortius" - "Cada vez mais longe, cada vez mais alto e cada vez mais forte". Entre os livros que publicou contam-se quarenta e um sobre técnica e pedagogia, tendo dedicado não só parte da sua vida, como da sua fortuna pessoal, à renovação do Olimpismo e à reorganização dos Jogos Olímpicos. Ainda em 1894 foi criado o Comité Olímpico Internacional, visando a organização de uma nova edição dos jogos, de quatro em quatro anos, promovendo, desta forma, a união entre os países. Coubertin foi presidente do Comité Olímpico Internacional entre 1896 e 1925 e manifestou-se contra a participação feminina nos jogos. Só nos Jogos de Estocolmo a participação das mulheres foi oficialmente admitida. O Comité Olímpico de Portugal, fundado em 1909, é um dos mais antigos do mundo, tendo sido o décimo terceiro a filiar-se no Comité Olímpico Internacional. Portugal emocionou-se com as vitórias de Rosa Mota em atletismo - Medalha de Bronze na Maratona de Los Angeles (1984) e Medalha de Ouro na Maratona de Seoul (1988) - e de Carlos Lopes na Maratona de Los Angeles (1984). Destacaram-se também, entre outras, as participações de Fernanda Ribeiro nas provas de atletismo de 10.000 m, ganhando a Medalha de Ouro em Atlanta (1996) e a Medalha de Bronze, em Sydney (2000) e Nuno Delgado, Medalha de Bronze, na categoria “81 Kg” de Judo, em Sydney (2000). Desde 1896, os jogos têm decorrido de quatro em quatro anos, com três interrupções devido às Guerras Mundiais (1916, 1940 e 1944). Em 2004, os Jogos Olímpicos retornam mais uma vez às suas origens. Atenas acolhe em 2004, a XXVIII Olimpíada da era moderna, tendo a cidade sido eleita em 1997 entre um total de cinco cidades finalistas que se candidataram a organizar estes Jogos (para além de Atenas, candidataram-se Buenos Aires, Cidade do Cabo, Roma e Estocolmo). A cerimónia de abertura terá lugar a 13 de Agosto de 2004, iniciando o evento que se prolongará por dezasseis dias, promovendo-se sobretudo nesta competição pacífica o espírito olímpico e a performance dos atletas. Em 2006, os XX Jogos de Inverno terão lugar em Turim. Os XXIX Jogos Olímpicos terão lugar em Pequim, em 2008, e, em 2010, Vancouver acolherá os XXI Jogos Olímpicos de Inverno.
Os Jogos Olímpicos da era moderna são os seguintes:

Jogos de Verão

Jogos de Inverno
Os Jogos Paraolímpicos
Em 1948, Sir Ludwig Guttmann organizou uma competição desportiva com veteranos da Segunda Guerra Mundial que tinham sofrido ferimentos na coluna vertebral. Quatro anos após este evento, juntaram-se a este jogos participantes da Holanda, tendo assim nascido o movimento internacional denominado Paralímpico.Os Jogos Olímpicos para atletas com deficiência foram organizados pela primeira vez em 1960. Em 1976, em Toronto, participaram atletas com outras deficiências surgindo a ideia de organizar uma competição internacional desportiva. Ainda em 1976 tiveram lugar, na Suécia, os primeiros Jogos Paraolímpicos de Inverno. O movimento Paralímpico tem registado um grande crescimento, desde quatrocentos atletas em Roma para três mil oitocentos e quarenta e três, em Sydney, onde se juntou um número recorde de 122 países e 123 delegações incluindo atletas independentes que vieram de Timor Leste. Estes jogos de Sydney foram os maiores Paraolímpicos realizados. Os Jogos Paraolímpicos têm decorrido no mesmo ano dos Jogos Olímpicos. Desde 1988, nos Jogos de Verão e em 1992, em Albertville, nos Jogos de Inverno, têm tido decorrido nos mesmos locais que os Jogos Olímpicos. Em 2001 foi assinado um acordo entre o Comité Internacional Olímpico e o Comité Internacional Paraolímpico de forma a assegurar a realização dos Jogos Paraolímpicos. O documento assinado reafirma que, a partir de 2008, os Jogos Paraolímpicos terão lugar pouco tempo depois dos Jogos Olímpicos, utilizando as mesmas instalações. Depois dos jogos de 2002, que tiveram lugar em Salt Lake City, um comité da organização é responsável tanto pelo acolhimento dos Jogos Olímpicos como dos Paralímpicos. Os serviços de alimentação, transporte, bem como os serviços médicos e as instalações, foram comuns aos participantes dos dois jogos. Após os jogos de Atenas, em 2004, a chama paralímpica será acesa pela décima vez na história, em Pequim, nos Jogos Paralímpicos de 2008.
Bibliografia
Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Vols. 6 e 11, Editorial Verbo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

7º ANO: ANTIGA GRÉCIA-HOMERO-ILÍADA-TRÓIA

Troia - Aquiles
A Ilíada ou uma história sobre a Guerra de Tróia
A narrativa do poema épico Ilíada, a questão a sua autoria e as descobertas sobre Tróia. Uma visita ao passado que ainda motiva muitas interrogações e descobertas.






O que é a Ilíada
A narrativa da obra

O poema épico Ilíada conta-nos o drama de Aquiles, o mais valoroso de todos os guerreiros e rei dos Mirmidões, filho da deusa Tétis, esposa do mortal Peleu (rei de Ftia, na Tessália) durante a Guerra de Tróia.Conta a lenda que a Guerra de Tróia teve início com o rapto de Helena (mulher de Menelau, Rei de Esparta) por Páris (filho do rei Príamo, de Tróia). Segundo a mitologia grega, Helena tinha-lhe sido prometida pela deusa do amor, Afrodite, como recompensa, aquando do julgamento em que ele teve de decidir qual das três deusas (Afrofite, Hera e Atena) era a mais bela. Helena era tida como a mulher mais bela da Terra.O título deste poema, cuja acção é situada no nono ano da guerra entre Gregos e Troianos, tem origem na palavra "Ílion" (a designação de Tróia, em grego). São 15.693 os versos da obra que se divide em 24 cantos (cada um é designado por uma maiúscula do alfabeto grego, que totaliza também 24 letras). A divisão em cantos foi feita pelos filólogos de Alexandria, os Alexandrinos. Na Ilíada a designação de Aqueus frequentemente abrange todos os contingentes sob o comando do rei Agamémnon. No canto primeiro da obra, Crises, sacerdote de Apolo (um dos deuses mais venerados e que transmitia aos homens os segredos da vida e da morte), vai até às embarcações dos Aqueus (que estão ancoradas "frente" a Tróia, então cercada) pedir aos chefes que lhe seja restituída a sua filha Criseida, cativa de guerra e que tinha sido atribuída a Agamémnon (chefe dos exércitos gregos e irmão de Menelau) após o seu rapto. Este recusa restituir a filha de Crises que, após se retirar, pede ao deus Apolo que castigue os Aqueus. O deus Apolo, acedendo ao pedido, lança a peste sobre os Aqueus que cercam Tróia. Aquiles pede então que se reúna a assembleia dos chefes. Depois do adivinho revelar o motivo do flagelo, e após uma violenta discussão com Aquiles, Agamémnon aceita devolver Criseida. No entanto, impõe uma condição: ficar com outra cativa, Briseida, que coubera a Aquiles. Aquiles acaba por se afastar do combate e, ao perder Briseida, pede a sua mãe, Tétis, que peça a Zeus que faça com que os Aqueus sejam castigados. Criseida volta para o seu pai e a peste acaba. O pedido de Tétis é atendido, o que motiva uma discussão no Olimpo entre Hera (esposa e irmã de Zeus) e este deus supremo. Hefestos apazigua a discussão que termina com um festim dos deuses. No entanto, devido a um sonho enganador motivado por Zeus, o rei Agamémon é levado a entrar em combate. Para pôr termo à guerra, é decidido realizar um duelo entre Páris e Menelau. Findo o combate, uma seta é disparada por um arqueiro troiano, o que faz com que a guerra recomece. Zeus impediu os outros deuses de interferirem no conflito mas, tal como havia prometido a Tétis, provocou toda a espécie de dificuldades aos Aqueus. Tantas e tão graves estas foram, que Agamémnon pediu a Aquiles que "fizessem as pazes", chegando a enviar uma embaixada até ao guerreiro. Apesar da sua resposta negativa, Aquiles concorda em emprestar a sua extraordinária armadura ao amigo Pátroclo, que segue para Tróia com o exército dos Mirmidões. Porém, e apesar da sua bravura, Pátroclo acabar por ser morto por Heitor. Dominado pelo desgosto e pela raiva que a morte do seu amigo lhe provoca, Aquiles volta ao cerco de Tróia e ataca os troianos, reconciliando-se com Agamémnon. Sem as suas armas (levadas por Heitor quando matou Pátroclo), Aquiles usa uma armadura em oiro feita por Hefesto (deus do fogo, filho de Hera e de Zeus) a pedido de Tétis. O rio de Tróia quase que transborda com a mortandade provocada por Aquiles que consegue fazer recuar para dentro dos muros da cidade todos os troianos, à excepção do filho de Príamo, Heitor. Este, aterrorizado pela fúria de Aquiles, tenta fugir. Após uma longa perseguição, Aquiles atravessa a sua lança na única parte descoberta do corpo de Heitor. Aquiles não tem piedade: mata Heitor, ata-o pelos pés ao seu carro e, cheio de fúria, arrasta o cadáver pelo campo de batalha. No canto seguinte, Pátroclo é cremado e realizam-se os jogos fúnebres em sua honra. À noite, o velho rei Príamo desloca-se até à tenda de Aquiles e pede a restituição do cadáver de seu filho Heitor. Só após a intervenção de Zeus Aquiles aceita devolver o cadáver a Príamo e concorda com o estabelecimento de doze dias de tréguas para que tenham lugar as celebrações fúnebres. O poema Ilíada acaba com os funerais de Heitor. A morte de Aquiles, às mãos de Páris (que o atinge com uma flecha no calcanhar, o único ponto vulnerável do corpo do herói) e "com uma ajuda" de Apolo já não é mencionada na Ilíada. Sabe-se que este episódio era relatado em Aithiopis (um poema do ciclo épico). A coragem e valor de Aquiles são expressões que caracterizam este herói homérico. Com um forte poder de persuasão, Aquiles destaca-se acima de tudo, por prezar a sua honra. É no final da Ilíada que se revelam com mais ênfase as principais características de Aquiles: o guerreiro vencedor que vinga a morte do seu grande amigo de forma brutal e, por outro lado, a humanidade que revela ao aceder ao pedido do rei Príamo e entregar-lhe o corpo do seu filho. Foram poucos os contributos de outros autores para a lenda deste herói épico.
Homero
Homero - personagem real ou imaginário?
Há mais de dois mil anos que o nome de Homero se encontra vinculado à autoria da Ilíada e também à da Odisseia. Porém, não existe nenhuma prova concreta de que o poeta tenha realmente existido. As dúvidas são muitas e constituem mesmo a "questão homérica". Homero menciona Tróia, primeiro na Ilíada e depois na Odisseia. Mais tarde, esta cidade torna-se no tema mais popular do drama grego. Segundo a tradição da Antiguidade, a Ilíada e a Odisseia, terão tido origem na tradição oral. Ambas abordam os valores militares, a hierarquia social e as emoções e objectivos de uma classe heróica de guerreiros, apoiada ou antagonizada pelos deuses. A informação disponível sobre Homero é bastante escassa. Segundo Heródoto (historiador grego), Homero nasceu cerca de 850 a.C. na Jónia, antigo distrito grego da costa ocidental da Anatólia (que actualmente constitui a parte asiática da Turquia).Pensa-se também que Homero poderá ter sido originário de um povoado grego jónico, devido ao dialecto que predomina nos poemas. As cidades jónicas Esmirna e Quio reclamam a honra de ter sido o "berço" de Homero. As fontes mais antigas sobre o poeta contêm numerosas contradições; apenas se sabe que é a ele que os Gregos atribuíam a autoria dos dois poemas acima citados. Não obstante, pesquisas recentes, indicam que a data de composição de ambos as obras deva ser situada no final da Idade das Trevas (750 a.C.) ou no início do Período Arcaico (entre 750 a.C. e 713 a.C.), sendo a Odisseia o último dos dois poemas. A pouca fiabilidade dos dados biográficos, assim como as muitas lendas que sobre ele são contadas, fizeram com que a existência deste poeta fosse questionada já no século XVIII. A Ilíada e a Odisseia tiveram um efeito imediato e assinalável na sociedade e cultura gregas e influenciaram profundamente o poeta romano Virgílio (70-19 a.C.) na redacção da Eneida. As opiniões continuam a dividir-se; uns consideram Homero apenas um mero compilador dos versos que integram as suas obras, enquanto outros o referenciam como autor dos poemas. Esta última hipótese tem vindo a ganhar mais consistência entre os historiadores.

Deuses e Homens
Helena
HELENA DE TRÓIA 
Helena é a mulher do rei Menelau, de Esparta. É apontada como a origem da guerra entre Gregos e Troianos, embora algumas interpretações afirmem que Agamémnon desejava há muito apoderar-se de Tróia, tendo o rapto consentido de Helena sido apenas uma boa desculpa para iniciar o conflito.Helena é filha de Zeus e de Leda e (meia) irmã de Climnestra e dos gémeos Castor e Pólux. A mãe de Helena (que Zeus seduziu assumindo a forma de um cisne) casou com Tíndaro. A jovem e muito bela Helena atraiu à casa de Tíndaro uma multidão de pretendentes que desejavam a sua mão em casamento. De entre todos, Helena escolheu Menelau, com o qual casou e ao qual deu uma filha, Hermíone.Quando, aconselhado por Afrodite, Páris chegou à corte de Menelau, apaixonou-se perdidamente por Helena, que era então a mais bela mulher do mundo. Menelau recebeu Páris com gentileza e teve de partir para Creta, onde deveria assistir a algumas cerimónias. Na sua ausência, Páris seduziu Helena (com a ajuda dos poderes de Afrodite) e levou-a para Tróia. Em Tróia, Helena acaba por ser aceite pelo velho rei Príamo, pai de Páris. Após a morte de Páris, em combate, a mão de Helena é concedida a Deífobo, também filho de Príamo. Após a conquista de Tróia pelos Aqueus, tendo Deífobo sido morto por Menelau, Helena voltou com este para Esparta.
Páris
Helena e Páris
 Jacques-Louis David, Museu do Louvre

Páris (que em alguns texto é chamado Alexandre) é o filho mais novo do rei Príamo de Tróia e de Hécuba.Os primeiros anos da vida de Páris foram muito agitados pois, mesmo antes de ele nascer, um oráculo previu que a criança que iria nascer seria a causa da destruição de Tróia. Para evitar que a profecia se concretizasse, a criança foi abandonada no monte Ida, onde foi encontrada por pastores que a criaram.O jovem e belo Páris voltou a Tróia, onde foi identificado por sua irmã Cassandra (de acordo com algumas versões) e ocupou o seu "devido" lugar na corte.Mais tarde, a pedido dos deuses, Páris foi o juiz num concurso de beleza entre as deusas Hera, Atena e Afrodite. Páris indicou Afrodite como a mais bela, pois, antes de tomada a decisão, esta lhe prometera o amor da mais bela mulher do mundo.Aconselhado por Afrodite, Páris partiu para Esparta, onde encontrou, amou e seduziu Helena, esposa de Meneleu, rei de Esparta. Helena partiu com Páris para Tróia, provocando a fúria dos Aqueus, liderados por Menelau e seu irmão Agamémnon.Já durante a longa (durou cerca de dez anos) Guerra de Tróia, e por acordo de ambas as partes envolvidas no conflito, Páris defrontou Menelau num combate singular. Quando estava quase a ser derrotado por Menelau, Páris foi salvo in extremis por Afrodite e a Guerra prosseguiu.Páris era um hábil arqueiro e foi graças à sua perícia (e a uma pequena ajuda do deus Apolo, segundo algumas versões) que o herói Aquiles morreu, atingido por uma flecha no único local vulnerável do seu corpo, o calcanhar.Páris morreu atingido por uma flecha envenenada, disparada pelo aqueu Filoctetes.
Aquiles
Peleu e Aquiles.

Aquiles é filho de Peleu, rei da Ftia, e da deusa Tétis, filha de Posídon, deus do oceano. Descontente por este filho ser meio mortal, conta-se que Tétis terá mergulhado o corpo do bebé nas águas do Estinge, o rio que circundava os Infernos, tornando-o assim invulnerável. Como, para o mergulhar, Tétis segurou Aquiles pelo calcanhar, este era o único ponto vulnerável do corpo deste herói.Durante a sua infância e adolescência, Aquiles foi educado no monte Pélion pelo centauro Quíron, célebre pela sua sabedoria. Já adulto, Aquiles parte para Tróia com o seu amigo mais querido, Pátroclo. Antes da sua partida, Tétis, sua mãe avisou-o de que estaria a fazer uma escolha que condicionaria o seu futuro: se partisse, a sua vida seria curta mas a sua fama duraria séculos; se ficasse, viveria uma vida longa mas sem glória. Sem hesitar, Aquiles partiu para Tróia. Conformada, sua mãe ofereceu-lhe uma armadura divina e cavalos de Posídon.Autor de numerosas façanhas durante o cerco de Tróia, durante o qual se retirou durante algum tempo devido a uma disputa com Agmémnon (pela cativa Briseida), Aquiles volta em fúria para vingar a morte de Pátrolo, morto às mãos de Heitor, filho de Príamo.Aquiles mata Heitor em combate e, incapaz de dominar a sua cólera e o seu ódio, arrasta o seu corpo pelo campo de batalha, perante o olhar horrorizado de Príamo, que tudo contempla do alto das muralhas de Tróia.Aquiles foi morto por uma flecha de Páris que, guiada pelo deus Apolo, atingiu o único ponto vulnerável do herói, o calcanhar.
Será que Tróia existiu?
O conhecimento que hoje temos de Tróia está profundamente ligado ao trabalho do alemão Heinrich Schliemann e de Frank Calvet, apesar de o papel deste último nem sempre ser referido.Considerado o pai da arqueologia pré-helênica, Heinrich Schliemann (1822 – 1890) foi pioneiro neste campo e as técnicas e procedimentos que descobriu ainda hoje são usados. Conhecedor de mais de 12 línguas, Schliemann foi também um prolífico escritor. Deixou 18 diários de viagens, milhares de artigos e incontáveis cartas. No entanto, e apesar do génio inegável, é-lhe atribuída alguma tendência em combinar a realidade com a fantasia. As suas descobertas estão ligadas ao trabalho do Frank Calvet. O inglês, em desacordo com várias teorias sobre a localização de Tróia, fizera algumas escavações preliminares no monte Hisarlik, na Turquia, mas não conseguira obter financiamento do Museu Britânico para continuar o trabalho. É aqui que entra o alemão Heinrich Schliemann, um entusiasta que possuía os recursos económicos que permitiram prolongar por muitos anos estas escavações. O local revelou-se mais rico do alguém alguma vez antecipara. Porém, as histórias que surgem na altura contavam que Schliemann tivera desde a infância uma obsessão por Tróia e que as escavações tinham cumprido o seu destino, omitindo-se então as contribuições de Calvert. Em 1872, Schliemann estava convicto de ter encontrado a cidade lendária de Tróia. Afirmou até que teria encontrado o tesouro do rei Príamo, com peças que teriam sido usadas por Helena (brincos, diademas de ouro e também caldeirões de cobre, cálices de ouro, vasos de prata, punhais de cobre, lâminas de faca de prata, garrafas de ouro...). Clandestinamente, enviou os objectos encontrados para a Alemanha, tendo sido por tal processado pelo governo turco. A história torna-se mais misteriosa quando os objectos desaparecem de Berlim durante a II Guerra Mundial e reaparecem nas mãos dos Russos nos anos 90. As escavações de Schliemann, que acabaram por destruir partes do local, decorreram entre 1870 e 1890. Schliemann descobriu uma cidade que foi construída e reconstruída desde tempos anteriores à guerra de Tróia. O local foi dividido pelos arqueólogos em nove níveis (de Tróia I a Tróia IX), sendo o primeiro o mais antigo.Nas suas escavações, Schliemann assumiu que Tróia estaria no nível mais inferior, o que é hoje denominado nível II. Actualmente, pensa-se que os locais mais prováveis para a localização de Tróia, aquando da guerra, foram Tróia VI e a parte mais nova de Tróia VII. No seu momento mais áureo, no segundo milénio antes de Cristo, Tróia foi uma cidade impressionante com um próspero porto. Tinha um centro urbano, à semelhança de outras cidades da Antiguidade, com valas e vários muros defensivos de pedra e madeira.No segundo e terceiro milénios antes de Cristo, a cidade foi um importante centro cultural. Aparentemente, após a guerra de Tróia, foi abandonada entre 1100 a.C. e 700 a.C.. Cerca de 700 a.C. foi ocupada pelos Gregos, que a rebaptizaram de Ílion. Alexandre, o Grande, governou a área nos finais do século VI a.C.. Depois de tomada pelos Romanos em 85 a.C., a cidade foi restaurada parcialmente pelo general romano Sula. Após a ocupação de Constantinopla (Istambul), Tróia perdeu a sua importância. Hoje em dia as escavações continuam, num processo de descoberta que ainda não está finalizado.
Bibliografia
http://www.universal.pt/http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/http://home.att.net/~a.a.major/waroutline.htmlEnciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Vols. 2 e 10, Editorial Verbo.

7ºANO:BIOGRAFIA "SÓCRATES" ANTIGA GRÉCIA-FILOSOFIA

SÓCRATES
Do seu legado não constam documentos escritos. Mas reconstruindo a vida de Sócrates através dos diálogos que manteve com amigos, discípulos e adversários chegamos ao imortal filósofo que buscou incessantemente o conhecimento e a verdade. Gravada no pórtico do templo de Delfos, a frase "conhece-te a ti mesmo" tornou-se no lema da missão do filósofo.

Introdução
Apesar de não ter deixado obra escrita, o testemunho dado pelos seus discípulos, em especial através dos diálogos de Platão, tornaram Sócrates (c.470-399 a.C.) uma figura imortal e enigmática. Filho do escultor Sofronisco e da parteira Fenareta, do seu legado não constam documentos escritos, pelo que para a sua reconstituição, dependemos de relatos da vida e dos diálogos que manteve com amigos, discípulos e adversários.As opiniões sobre o filósofo divergem: para Chroust os que escreveram sobre Sócrates fizeram-no deliberamente para criar um mito, enquanto que Gigon atribui-lhe uma diminuta existência história. Posições que diferem da de Jaeger que considera Sócrates o ?fenómeno educativo mais poderoso da história do ocidente?. Começando por se interessar pelas teorias científicas de Anaxágoras, mais tarde abandonou as pesquisas do mundo físico para se dedicar à investigação do desenvolvimento da moral e do carácter. Foi soldado, tendo servido o país com distinção em várias incursões, como as de Delos, Anfipólis e Potidéia na guerra do Peloponeso, após a qual se envolveu no tumulto político que consumiu Atenas. Depois de receber a herança de seu pai, usou a sua escassa independência económica para se dedicar à prática filosófica do diálogo.
As fontes
Pelo seu compromisso inabalável com a verdade, pelo uso do pensamento crítico, Sócrates estabeleceu os fundamentos para a Filosofia ocidental que o seguiria. O diálogo, e não a escrita, segundo o filósofo, era o caminho que levaria ao conhecimento. Na obra Fedro, de Platão, pode ler-se: ?Sócrates: - O maior inconveniente da escrita parece-se, caro Fedro, se bem julgo, com a Pintura. As figuras pintadas têm atitudes de seres vivos, mas se alguém as interrogar, manter-se-ão silenciosas, o mesmo acontecendo com os discursos (...)".Até nós, o testemunho de Sócrates chega através de quatro principais fontes. O comediógrafo Aristófanes, na sua comédia As Nuvens, caricaturando o filósofo, retrata o mestre de uma escola na qual se investigam os fenómenos da Natureza e se ensina a preferir o raciocínio injusto. Xenofonte, discípulo de Sócrates por algum tempo, em Apologia de Sócrates, Banquete, Económico e, sobretudo, em Memoráveis apresenta Sócrates como um homem de bem, um pensador de vida irrepreensível, capaz de dar conselhos aos amigos sobre qualquer tema, numa imagem que se distancia da intensidade da caracterização de Platão. Na totalidade da obra de Platão (menos em As Leis), Sócrates adquire o papel de figura principal. A impressão que causou na vida de Platão, que o conheceu aos vinte anos, foi tão mercante que o acompanhou como discípulo e nas obras que escreveu caracterizou-o como o verdadeiro filósofo, um ?moscardo? na perseguição dos que não sabendo, julgam saber. Para Platão, Sócrates é o filósofo que se distancia das questões da vida quotidiana, dedicando-se em exclusivo às suas reflexões. Nas suas obras, Platão terá veícula através do "personagem" Sócrates vários dos seus pensamentos. É apenas na obra Apologia de Sócrates que Platão se refere a si mesmo: indicando-se entre os assistentes ao julgamento e como ausente no momento na morte do mestre. Também nesta obra apresenta as alegações de Sócrates e a sua detalhada descrição dos motivos e metas da actividade filosófica tal como a exercia, perante o júri que o condenou.Tende a gerar consenso que serão comuns ao pensamento dos dois filósofos pontos como o culto da virtude, a definição de conceitos e o domínio sobre si mesmo.Quanto a Aristóteles (discípulo de Platão, não conheceu Sócrates pessoalmente), são de referir as obras Metafísica, As partes dos Animais, Ética a Eudemo e Ética a Nicómano.

Os sofistas
Um sofista seria o que hoje designaríamos por uma pessoa sábia.A palavra "sofista" tem origem, tal como a palavra "filosofia", em sophia: sabedoria. Assim, "sofista" designava um homem que possui e pratica a sabedoria. Um homem com assinaláveis conhecimentos em qualquer área do saber. De início, tanto as palavra sofista como sofisma (que se designa actualmente um argumento ou falso raciocínio formulado com o fim de induzir em erro) não tinham uma conotação negativa. Esta imagem ficou a dever-se sobretudo a Platão que manifestava fortemente a sua oposição em relação à concepção que os sofistas tinham do saber. As informações que nos chegam da prática sofista radicam essencialmente no legado de Platão, que combatia a natureza e orientações das suas actividades. À excepção de alguns excertos conservados através da inclusão em livros de outros autores, as obras dos sofistas perderam-se quase na sua totalidade.Os sofistas, poderá dizer-se, eram essencialmente críticos da cultura colocando em causa os valores tradicionalmente aceites pelo Homem Grego. Para além de se apresentarem como dotados de saber, faziam questão em salientar que conseguiam transmitir o seu saber aos que com eles pretendessem aprender. Esses ensinamentos eram pagos, facto que poderá estar entre os motivos do desagrado de Platão em relação ao trabalho dos sofistas. Hipías, Protágoras e Górgias foram proeminentes sofistas.

A dialética
Na sua vontade de combater o cepticismo dos sofistas, Sócrates afirmou a possibilidade do conhecimento verdadeiro. Na Ética, impulsionou a visão de que o homem bom nunca age mal conscientemente. O verdadeiro conhecimento emerge através do diálogo e do inquérito sistemático, em conjunto com o abandono de todas as pretensões acríticas de conhecimento, defendia o filósofo. Numa consulta ao oráculo do templo de Delfos, a pitonisa teria referido que Sócrates era o homem mais sábio de toda a Grécia. O resultado desta consulta, que foi feita pelo seu aluno Querofonte, deixou Sócrates, que acima de tudo reconhecia a sua própria ignorância, perplexo.Não obstante, como não podia admitir que o oráculo não tivesse dito a verdade, após intensamente procurar um sentido nas palavras proferidas, finalmente acabou por descobrir: ele era o mais sábio de todos exactamente porque reconhecia os seus limites. Saber que na realidade nada sabia e, assim, procurar o saber - assim agia Sócrates. Os sofistas, por seu turno, ao ignorarem a sua própria ignorância, somente se julgavam sábios. Gravada no pórtico do templo, a frase ?conhece-te a ti mesmo? teve também uma grande influência em Sócrates, tornando-se no lema da missão do filósofo. A partir da revelação da pitonisa, Sócrates irá exercitar o seu pensamento de forma a investigar, como, por que método se poderá saber algo. Como só se pode saber algo através da linguagem, Sócrates inicia o chamado método dialéctico, um método que se inicia no indivíduo até alcançar a noção universal, numa procura da verdade através da discussão, colocando questões para gerar respostas. Por vezes, fruto destes interrogatórios os adversários, vencidos, tornavam-se seguidores de Sócrates. Sócrates alegava nada saber e nada ensinar através dos seus interrogatórios; somente despertava a verdade adormecida. Através do diálogo levava cada um a descobrir as verdades que pensavam desconhecer. Denominou este processo ?maiêutica?, um nome que deriva do seu papel juntos dos espíritos com o da mãe (parteira) junto dos corpos. Identificando o útil com o Bem, para Sócrates é a ignorância que leva a proceder mal. Assim, salientava a necessidade de uma educação que conduzisse à prática do bem. Para o filósofo ateniense o conhecimento e a virtude estão tão próximos e de tal forma relacionados que nenhum ser humano com conhecimento pode ser maléfico: todos agimos da forma que acreditamos ser a melhor. Desde modo, uma conduta imprópria não será uma evidência de fraqueza da vontade; só poderá ser resultado da ignorância. Para Sócrates a moral fundamenta-se na razão. Consequentemente acreditava na unidade entre o pensamento e a acção. É a luta pela verdadeira virtude que leva a alcançar essa unidade - o mais importante de tudo. Num desapego pelos bens materiais, e ao contrário dos sofistas, Sócrates recusava receber pagamento pelos seus conselhos e ensinamentos. Este poderá ter sido um dos motivos o levava a ser fervorosamente seguido pelos seus discípulos. Por um lado, ao servir a pátria, formando cidadãos ao seu redor, independentemente da sua condição ou idade, Sócrates reunia um fiel conjunto de discípulos. Mas, por outro, angariava, através dos seus persistentes e impiedosos interrogatórios, da sua ironia e atitude crítica, ódios e inimigos.

O julgamento
Combatendo ferozmente a tirania, as consequências dos ensinamentos de Sócrates foram consideradas particularmente subversivas. Acabou por ser acusado e condenado à morte pelas autoridades atenienses, em 399 a.C., por impiedade e corrupção dos deuses e da juventude. Recusou o plano proposto e preparado pelo seu discípulo Críton para fugir e se salvar, pois opunha-se terminantemente a desobedecer às leis da sua cidade que lhe tinham toda a vida servido. Sócrates foi acusado de corromper os jovens e de interferir com a religião da cidade (ao inventar deuses novos e não reconhecer os de Atenas). A acusação pode radicar no facto de Sócrates acreditar ouvir o seu daímon (uma voz interior de natureza divina), justificando assim os seus actos. Julgado em tribunal foi condenado a morrer por ingestão de cicuta, tendo sido os seus principais acusadores Melito, Anito e Lícon. Aceitando corajosamente o seu destino, ingeriu o veneno. Amigos e discípulos estavam presentes neste momento final. A figura enigmática de Sócrates pretendeu provar com este derradeiro acto a coerência e valor das ideias que defendera ao longo da vida.

Bibliografia
Górgias, Platão - Leitura Orientada e Propostas de Trabalho, José António Segurado e Campos, Texto Editora (2000).
Fédon, Platão - Leitura Orientada e Propostas de Trabalho, António Pedro Mesquita, Texto Editora (2000).
Site UniversalEnciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Verbo.