Mostrar mensagens com a etiqueta IDADE MÉDIA. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta IDADE MÉDIA. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 15 de maio de 2008

7º ANO:CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA

Islão - seu significado

O símbolo é uma lua crescente.
A palavra "lslão" deriva da mesma raiz árabe de "submeter-se", e inclui a ideia de rejeição de qualquer outro objecto de culto que não seja Deus. Nesse sentido, e embora alguns especialistas tenham falado de maometanismo, dado o enorme peso de Maomé na configuração da fé, o certo é que o termo "Islão" é o mais adequado. É uma religião simples, apesar da sua fragmentação em diferentes seitas. A sua essência encontra-se resumida numa frase: "Não há outro Deus que não seja Alá, e Maomé é o enviado de Alá". Esta afirmação de um monoteísmo radical e, simultaneamente, de fé em Maomé como verdadeiro profeta de Alá, é suficiente para se ser aceite no seio do Islão e constitui a essência da oração proferida cinco vezes por dia.

Fonte: Revista Super Interessante, Fevereiro 2002

7º ANO: BIOGRAFIA:CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA: IDADE MÉDIA

Averróis (1126-1198)
Filósofo árabe, nasceu em Córdova e viveu durante o período da ocupação muçulmana na Península Ibérica. A sua actividade intelectual foi plurifacetada, tendo reflectidos obre diversas áreas do conhecimento humano: Filosofia, Matemática, Teologia, Direito e Medicina. Grande parte da sua produção teórica reside no comentário dos textos aristotélicos, o que originou um confronto intelectual com Avicena, outro filósofo árabe, de formação neoplatónica. A sua principal preocupação foi a de demonstrar a eventual identidade existente entre a obra aristotélica e o Corão.Dicionário de Biografias, col. Dicionários Temáticos, Porto Editora, 2001.

7º ANO: BIOGRAFIA:CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA: IDADE MÉDIA

Avicena (980-1037)

Médico e filósofo muçulmano, Abu ' Alí al-Husayn ibn Sínã, era filho de uma família de altos funcionários iranianos de origem turca, tendo recebido uma educação baseada no enciclopedismo. Foi autor de uma obra enciclopédica, sendo considerado um intelectual medieval, em que as suas ideias tiveram uma enorme autoridade na medicina até aos tempos modernos. A sua principal obra foi Canône de Medicina, escrita a partir do legado de Galeno, um médico grego do século I d. C., foi traduzida para latim no século XII e reeditada em várias ocasiões, sendo mesmo uma das bases do ensino da medicina até ao século XVII. Era intitulado como sendo autor de duzentas e cinquenta obras, em árabe e persa. Como filósofo, no mundo muçulmano, procurou um conhecimento intelectual e intuitivo, tratando de conciliar o dogma do Corão com o racionalismo aristotélico matizado de neoplatonismo. Desempenhou um papel bastante importante, tanto na Medicina como na Filosofia, na cultura ocidental, podendo mesmo falar-se de um "avicenismo latino", com influência na obra de alguns pensadores cristãos, como S. Alberto Magno, S. Tomás de Aquino*, Roger Bacon e Duns Escoto.Abu Ali al-Husavn ibn Abd Allah Ibn Siná, conhecido no Ocidente por Avicena, vê a luz do dia em Agosto de 980, no seio de uma família persa de Afshanah, uma aldeia próxima de Bukhara, a capital da Transoxiânia, nos confins; do Irão [e capital do Uzbequistão actual]. O pai, homem culto, é um alto funcionário da administração na localidade vizinha de Kharmaythan. Da mãe, sabe-se apenas o nome: SiWrah. Ibn Siná terá um irmão, Mahmoud, cinco anos mais novo. A família em breve se instala em Bukhara, onde o futuro Avicena recebe em casa, logo que começa a falar, a instrução própria dos miúdos da sua idade. Como todas as crianças muçulmanas, a primeira frase que aprende é a profissão de fé: " Atesto não haver outro Deus a não ser Alá, e que Maomé é o seu profeta." Avicena cresce numa Bukhara governada pelos samânidas há século e meio. (...)A casa da família de Avicena é um local de cultura e de debate. Com apenas dez anos, esta criança fora do comum, além de dominar o Corão, surpreende pelos conhecimentos de literatura e matemática. Estamos na época em que o ismaelismo, o ramo mais esotérico do xiismo, faz adeptos entre a burguesia erudita de Bukhara, inclusive o pai de Avicena e, mais tarde, o próprio irmão. Enviados ou encorajados pelo califado xiita fatímida do Cairo, rival tenaz de Bagdad, os missionários ismaelitas pregam em segredo a sua fé e vendem nas ruas os seus textos "subversivos". Avicena trava conhecimento com alguns deles, convidados pelo pai para serões de amigos, ouve-os O rapazinho conhece as teses das cinquenta e duas "Epístolas dos Irmãos da Pureza", uma colectânea de textos ismaelitas que preconizam o renascimento moral, espiritual e político do is1ão, numa tentativa de síntese do património grego com o pensamento muçulmano renovado. Medita nas novas ideias, mas sem as tomar como suas. "O meu espírito não as aceitava", dirá mais tarde na autobiografia. Os mestres de Avicena sucedem-se. O adolescente aprofunda a álgebra e a geometria com um mercador de legumes, grande conhecedor do "cálculo indiano". Apreende as subtilezas do direito religioso, pratica a arte da acusação e da defesa com um certo Ismael, o Asceta. Mergulha na filosofia sob a égide de um professor reputado, al-Natili, que fica siderado com a agilidade intelectual do jovem. Quer no estudo da "Isagoge" de Pórfiro - a melhor introdução à lógica de Aristóteles - quer na aprendizagem da geometria euclidiana, o aluno malabariza com os conceitos melhor e mais depressa do que o mestre. Invertendo os papéis, Avicena explica a al-Natili os pontos delicados do sistema astronómico de Ptolomeu. 0 professor aconselha-o a consagrar-se ao estudo a tempo inteiro. Avicena deixa de ter preceptor à altura. Mas isso que importa? A inteligência, o trabalho e os livros se encarregarão do trabalho: passará a ser o seu próprio pedagogo. (...)Quanto à medicina; considera, "não é uma ciência difícil". Dedica-se-lhe a fundo e, também aqui, rapidamente se distingue. Em breve, não só a exerce como a ensina. Terapeutas veteranos vêm ouvir o jovem prodígio, que analisa e comenta com entusiasmo a arte de Hipócrates e de Galiano. Familiariza-se com o direito muçulmano. Tem 16 anos. (...)Com a filosofia no posto de comando, desenvolve o sentido da dialéctica e aguça o raciocínio à força de silogismos cujas premissas e conclusões anota cuidadosamente. Explora, horas a fio, os arcanos do pensamento lógico, no encalço, também ele, do sonho impossível dos filósofos muçulmanos do seu tempo: ordenar em silogismos a complexidade do universo. (...)Depois da morte do pai, em 1002, aceita um cargo na administração do príncipe Karakhánida Nasr, que governa Bukhara. Uma experiência efémera, que termina numa partida precipitada, talvez em 1005. Avicena passará, desde então, a levar uma vida errante. Durante 30 anos, conhecerá as agruras e incertezas do exílio, em bolandas de um lado para o outro, à mercê das guerras e das conquistas, numa época de intensos tumultos. Dedica-se à política e participa nas expedições dos protectores. O poder, que ele compara a um fruto amargo, não o fascina.
Adaptado de artigo do Jornal Público, 13 de Agosto de 2000

7º ANO: BIOGRAFIA:CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA: IDADE MÉDIA

Maomé (570-632)
Profeta islâmico, Maomé sentiu-se chamado por Alá a pregar a sua revelação em Meca, onde encontrou fortes obstáculos. Deslocou-se, com alguns companheiros, para a cidade vizinha de Medina, onde conseguiu impor-se aos seus adversários. Desta forma, conseguiu entrar vitorioso em Meca, dois anos antes da sua morte. A herança político-religiosa de Maomé foi recolhida pelos Califas e a sua vida tornada legendária e apresentada como modelo e exemplo. O nome de Maomé é invocado na profissão de fé dos muçulmanos, que diz: "não há outro deus senão Alá e Maomé é o seu profeta".Maomé, o responsável pela expansão mundial deste movimento não era, no início, mais do que um simples condutor de camelos. Nascido em Meca por volta de 570, pertencia à linhagem dos Kureishitas, portanto, à hierarquia preponderante na região. Mas porque a sua família não tinha meios, porque perdera os pais quando muito novo e fora educado por um tio igualmente pobre, não aprendeu nem a ler nem a escrever, mantendo-se analfabeto durante toda a vida. Aos 24 anos desposou Khadija, uma viúva rica, bastante mais velha do que ele, a quem prestara serviço durante largos anos. Contudo, não se tratava apenas de um homem comum, de um hábil comerciante que obtivera êxitos nos negócios realizados enquanto condutor de caravanas. Conta-se que gostava de se retirar para as grutas das montanhas de Hirsa durante dias inteiros a fim de meditar. Daí se deduz que não lhe bastava o mero acumular de riquezas. Reparava atentamente na miséria dos pobres, na injustiça dos poderosos, na inutilidade de uma vida em que apenas contava o dinheiro. De vez em quando, no decorrer das suas viagens de negócios, tomava conhecimento das doutrinas pregadas pelos judeus e pelos cristãos. Meditava então sobre a razão pela qual os árabes, que tal como esses povos também descendiam de Abraão, não professavam uma religião idêntica, capaz de dotar a vida de um sentido mais profundo.Atingira já os 40 anos de idade quanto teve uma visão: apareceu-lhe o arcanjo Gabriel «apresentando forma humana, o qual, com os pés firmados na beira do céu, exclamou: “Tu, Maomé, és o enviado de Alá!” Dera-se a revelação! A partir deste momento começou a pregar junto da família e amigos, procurando reunir adeptos à sua volta.
Fonte: GOOK, Roland (coord.) – Homens que transformaram o Mundo, Círculo dos Leitores, 1978.

7º ANO: CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA: IDADE MÉDIA

Mercadores árabes
A Península Ibérica e a Civilização Muçulmana

"Tendo entrado no ano 711 pelo estreito de Gibraltar, os Muçulmanos subjugaram a reino visigótico e, em poucos anos, conquistaram toda a Península Ibérica, com excepção da região das Astúrias, onde os Cristãos organizaram a resistência.Os Muçulmanos ainda tentaram conquistar o reino franco. Passando os Pirinéus no ano 732, chegaram a Poitiers, mas aí foram derrotados por Carlos Martel e obrigados a recuar para Península Ibérica.A resistência dos cristãos à ocupação muçulmana transformou-se no movimento da Reconquista. Iniciando-se nas Astúrias, com o lendário rei Pelágio, a Reconquista foi simultaneamente um movimento militar e religioso de luta entre Cristãos e Muçulmanos. Apoiado pela Santa Sé e pelos reinos cristãos da Europa, a partir do século XI integrou-se no movimento das cruzadas."

Pedro Almiro Neves, Cristina Maia, Dalila Baptista - Clube de História 7, Porto Editora.
Guerreiros árabes

7º ANO: CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA: IDADE MÉDIA

A expansão militar e comercial dos Muçulmanos
 Expansão militar entre os séculos VII e VIII

Após a morte de Maomé, os Muçulmanos desenvolveram uma expansão militar entre os séculos VII e VIII, em nome do Islamismo. Em cerca de um século, os sucessores de Maomé, os califas, empreenderam a Guerra Santa. Os Muçulmanos eram obrigados a difundir o Islamismo e a lutar contra os seus inimigos. Foi na sequência destas ideais que os Muçulmanos formaram um verdadeiro império com conquistas de territórios desde o Indo a Gibraltar e à Península Ibérica, desde o mar Cáspio até ao deserto do Sara.Acompanhando a expansão militar, os Muçulmanos também criaram um verdadeiro império comercial. Estabeleciam rotas comerciais entre o Mediterrâneo e o Oriente. Rotas como a rota da seda, que culminava na China e a rota das especiarias que atingia a Índia e o Extremo Oriente pelo mar Vermelho e Golfo Pérsico. Eram rotas terrestres e marítimas que trocavam uma grande variedade de produtos. O dinar era o principal meio de pagamento.O Mundo islâmico dominou as principais rotas comerciais mundiais até ao século XV com as rotas caravaneiras da Ásia Central, as rotas marítimas do mar Vermelho e Golfo Pérsico, a rota fluvial do Nilo e a rota mediterrânea.Desta forma, a expansão muçulmana revestiu-se de características militares com a Guerra Santa e económicas com a expansão comercial.Os povos conquistados pelos Árabes foram sendo progressivamente islamizados, embora os primeiros califas não tenham obrigado à conversão dos povos conquistados ao Islamismo. Contudo, a conversão ao Islamismo tornou-se cada vez maior e os povos convertidos irão participar do movimento expansionista muçulmano.Este império transferiu a sua capital para Damasco, em 661, na Síria e em 762, uma nova transferência para Bagdade, com uma nova dinastia de califas. A partir do século IX, a unidade política do Império é abalada com a independência de muitas províncias em relação à capital. O Império era demasiado amplo para poder conservar a sua unidade política. O Império encontrou-se dividido em três califados, o califado de Córdova, o califado do Egipto e o califado de Bagdade.
Os três califados
"Ao longo do século X, a unidade religiosa sob as ordens de um califa virá a quebrar-se; lugares-tenentes do Profeta reinam em Bagdade, Cairo e Córdova. Seitas diversas atraem a energia espiritual e justificam as revoltas sociais. Graves tensões desequilibram a sociedade; a mesma cultura, ao aceitar de modo crescente as contribuições originais de cada região, configura-se de modo diverso de um extremo ao outro do Islão. (...) Separados por milhares de quilómetros, num esforço quase simultâneo, seljúcidas e almorávidas não chegam a tomar consciência da sua similitude. E ao ignorarem-se mutuamente, Oriente e Ocidente muçulmanos separam-se cada vez mais. (...)Movendo-se em esferas diferentes e cada vez mais particularistas, cada um deles, abbássidas de Bagdade, fatimidas do Cairo e omíadas de Córdova são em si próprios Estados de respeitável extensão, sólida economia e brilhante civilização. A vinculação minimamente colectiva a um conjunto de condições históricas permite, todavia, a existência de traços comuns, perante a crescente penetração de tendências originais, díspares.Os elementos comuns tem na base de todos eles a adesão a uma mesma fé. A crença expressa e transmitida num idioma concreto, o Árabe, favorece a sua expansão e aperfeiçoamento. (...) Também a mesquita, que conhece uma situação semelhante por todo o espaço geográfico por onde se propaga. (...) Os seus traços essenciais realçamos mais uma vez: comércio de nível transcontinental, capaz de pôr em contacto áreas de produção afastadíssimas e estranhas, com toda a sua troca e transferência de produtos, matérias-primas e produtos manufacturados; civilização de núcleos urbanos e encruzilhadas de transacções mercantis, filosóficas, religiosas e artísticas; isto é, de comércio e vida urbana. Juntamente com estes, podem-se assinalar outros elementos, também comuns ao Islão medieval, cujo conhecimento nos chega através da arte e da literatura."Adaptado de Grande História Universal, vol. XII, Ediclube.
O Califado do Cairo tem a sua origem no ano 969, depois do triunfo de um exército berbere saído de Cairuã, onde se encontravam ismaelitas que vinham a minar as bases do califado abbássida desde finais do século IX. Apoderam-se da Palestina e de Damasco, formando o califado fatimida. "Doutrina, proselitismo e êxitos militares, mas também administração política sagaz, sólida propseridade económica e alto nível intelectual e artístico. Tudo isto é obra dos fatimidas, quando, despojados das suas veleidades revolucionárias e zelo messiânico, se empenham em conferir viabilidade política ao seu Estado, instalado sem disputas no Egipto, Palestina e em parte da Arábia. O Cairo converte-se então numa encruzilhada económica do mundo mediterrâneo e oriental (...). Cosmopolita e acolhedor, o califado usa de uma tolerância não discriminatória para com Judeus e Cristãos, o que não exclui temporárias e brutais perseguições, como as experimentadas entre 1007 e 1014, que conduzem à destruição da igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém."Adaptado de Grande História Universal, vol. XII, Ediclube.
Progressivamente, os califas fatimidas foram perdendo a sua autoridade e viveram revoltas palacianas, que geraram um movimento de descontentamento e separatismo. A acrescer a tudo isto, depois de 1050, bandos de beduínos selvagens do Alto Egipto invadem o Egipto e desvastam-no numa grande violência. Campos devastados, cidades dispersas acabou por resultar na fragmentação do território em pequenos principados.
O Califado de Córdova foi criado por Abd al-Rahman III, em 929. Apresentou uma grande tolerância interna; desenvolvida rede comercial assente em florescentes cidades; actividade intelectual e artística notável e sólida administração política. O sucessor do 1º califa omíada foi Almansor que realizou fortes investidas contra os cristãos. Após a morte de Almansor, em 1002, rapidamente a unidade do califado desmoronou-se devido à crise política entre os berberes e os eslavos, grupos que haviam participado nos exércitos de Almansor. Em 1031 foi o fim do califado de Córdova com a fragmentação do Al-Andaluz em pequenos estados, os chamados reinos das taifas, uns berberes, outros eslavos e outros ainda andaluzes. Pretendiam cada um destes grupos renascer a unidade califal e, para isso, reconheciam a dinastia abbássida.
O Califado de Bagdade, abbássida foi perdendo autoridade. "Símbolo puramente religiosos, o califa, desde 945, que não conseguia tornar efectiva a mais pequena sombra de autoridade. (...) Os Turcos apoderam-se de Bagdade em 1055. A família persa dos buyies passou a exercer a autoridade; bem depressa ao califa não restará senão o direito de cunhar moeda e o prazer de ouvir o seu nome na oração solene das Sextas-feiras. (...) Os verdadeiros governantes, os buyies, assumem o título de sultões, sinal de soberania secular. Quanto à religiosa, continua nas mãos dosa califas, mas tão precária que os seus ministros nem sequer são ortodoxos, mas xiitas. (...) A própria economia irá ressentir-se, no decurso do século XI, da falta de uma organização central do Império. O tráfico de longa distância começa a diminuir, quando não a desaparecer; a escassez de metais preciosos asfixia a vida económica de um império cuja natureza comercial se vai perdendo. (...)"Adaptado de Grande História Universal, vol. XII, Ediclube.
A desconfiança dos califas para com as suas guardas pessoais, assente até então nos Árabes e Persas, provocou o recrutamento de turcos nómadas oirundas do Oriente, sendo a mais numerosa a dos seljúcidas. Receberam a conversão sunita dos missionários de Bagdade e desenvolveram uma guerra santa contra os heréticos xiitas, ou seja, os fatimidas do Cairo e os buyies de Bagdade. A pesar do califa ser o governante religioso e os seljúcidas governam desde 1055. Foi nesta data que se apoderaram de Bagdade

Os principais ramos do Islão - Sunitas e Xiitas

Os principais ramos do Islão - Sunitas e Xiitas
O Islão é formado por dois grupos básicos: os sunitas e os xiitas. As suas origens podem ser seguidas até uma questão que os primeiros muçulmanos tiveram de enfrentar: quem iria suceder a Maomé como líder da comunidade islâmica? Para os muçulmanos, esta questão foi sempre tanto religiosa como política.
Sunitas: o consenso da comunidade A resposta dos sunitas, que constituem uma maioria de cerca de 90%, pode ser resumida como se segue: ninguém poderia suceder a Maomé na sua natureza e qualidade de Profeta, pois o Corão terminava e aperfeiçoava a revelação da vontade divina e declarava Maomé como o "último dos profetas". Assim, o sucessor de Maomé não poderia ser mais do que o guardião do legado profético. Seria um califa (khalita ), com uma autoridade subordinada como líder dos crentes, com responsabilidade pela administração dos assuntos da comunidade, em obediência ao Corão e aos precedentes proféticos. Pelo processo do consenso (ijma), a comunidade escolheria o seu líder entre os homens que fossem membros da tribo Ouraish, a que Maomé pertencera. A seguir à morte de Maomé, em 632, a sucessão do califado passou por Abu Bakr (632-634), a Umar (634-644), Otman (644-656) e Ali (656-661). Estes, os "quatro califas em guiados", são considerados como tendo vivido tão perto do Profeta que o seu exemplo, bem como o de Maomé, é aceite como autoridade na sunna, ou costume, por todas s posteriores gerações de muçulmanos que se seguiriam. (…)
Xiitas: autoridade e liderança Para os muçulmanos xiitas, a principal figura da autoridade religiosa é o imã. Maomé completou o ciclo dos profetas e com ele a possibilidade de mais revelações divinas. Porém, os muçulmanos xiitas acreditam que ele instituiu o "ciclo da iniciação" como contínuo guia para a comunidade ao nomear um imã como seu sucessor. Este estava investido com as qualidades necessárias para uma interpretação inspirada e infalível do Corão. Deste modo, os xiitas referem-se a si mesmo como "povo de nomeação e identificação". O primeiro imã foi Ali. Como primo, filho adoptivo e mais tarde genro de Maomé (por casamento com Fátima), não era apenas um membro da tribo de Maomé, mas também "uma pessoa da casa". Esta relação familiar íntima é significativa: os xiitas acreditam que Ali herdou as "capacidades espirituais" de Maomé, a sua wilaya. Era infalível na interpretação do Corão e na liderança da comunidade e passou estas características aos filhos do seu casamento com Fátima, Hassan e Hussein, e estes aos seus descendentes da linha dos imãs. Os xiitas acreditam que o ciclo da wilaya prosseguirá até ao fim da história humana quando, no Último Dia, a Humanidade for ressuscitada e julgada para a segunda vida.
A maioria dos xiitas, conhecidos por imamis (vivendo quase todos no Irão), pensa que o ciclo ficará completo com o regresso do décimo segundo imã, muitas vezes referido como o "imã do período", que se diz ter sido retirado para um estado "Ocultação" desde o século III no Islão. Os seus conselhos são ainda acessíveis através de "agentes" ou "doutores da lei" (mujtahidum), entre os quais os mais importantes no Irão são os ayatollahs. São estes quem tem o direito de interpretar a Shari'a e de estabelecer as regras religiosas.(…)
O islamismo sunita e xiita reflectem a diversidade das respostas muçulmanas às revelações divinas. Os sunitas mostram-se mais preocupados em criar e preservar estruturas de sociedade em que a comunidade possa cumprir as suas responsabilidades perante Deus. Os xiitas começaram pelo martírio de Ali e do seu filho Hussein e sempre estiveram conscientes do sofrimento e da alienação que fazem parte da condição humana e procuram respostas para uma mais exotérica interpretação do Corão e da Shari'a, mas, na realidade, a distinção entre os dois movimentos não é importante. Os sunitas preocupam-se mais com a vida interior e os xiitas com a exterior. Para além disso, a importante tradição mística do sufismo tem visto em si uma confluência das consciências sunita e xiita.

Fonte: As Religiões do Mundo, Círculo de Leitores

7º ANO: GLOSSÁRIO: CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA

Glossário da Civilização Muçulmana
Aleia - Os versículos em que se dividem as suratas do Alcorão.
Califa - Na realidade é "jalifa rasui Allah", isto é, vigário do mensageiro de Alá. Comendador dos crentes, não podia, porém, ditar normas.
Charia - a lei islâmica, ou "caminho". Baseia-se no Corão, nos hadith, no consenso e na analogia que provém destas três fontes. Rege todos os aspectos da vida dos muçulmanos.
Hadith - literalmente, "relato". Tradição islâmica cujo conteúdo remonta a Maomé. A sua recolha foi iniciada no século VIII. Os sunitas consideram que há duas colecções autênticas, recolhidas por Bujari (m. 870) e Muslim (m. 875). Os xiitas dispõem de colecções próprias.
Imã - A pessoa encarregada de dirigir o culto na mesquita e fora dela.
Ramadão - Nono mês do calendário lunar islâmico. No seu decurso, observa-se o jejum anual.
Sufismo - Movimento islâmico de carácter místico. O nome poderá derivar de suf (lã), em referência ao material que era tecido o hábito, ou da palavra grega "sofos" (sábio).
Surata - os capítulos em que se divide o texto do Corão.
Xiitas - Seguidores de "shia", ou divisão. Ramo minoritário do Islão. Aproximadamente 10 por cento dos muçulmanos acreditam numa teologia própria que gira em torno da figura dos imãs, verdadeiros descendentes de Maomé através do seu genro Ali e de Fátima.

sábado, 10 de maio de 2008

7º ANO: REVOLUÇÃO DE 1383-85-HISTÓRIA de PORTUGAL

A revolução de 1383-85
A batalha de Aljubarrota
foi decisiva no desenlace da crise dinástica.
Assinado na vila de Salvaterra de Magos (localizada entre Lisboa e Santarém) a 2 de Abril de 1383, o tratado com o nome da vila viria a marcar o futuro do reino de Portugal. Nesse tratado, D. Fernando I (sem um herdeiro do sexo masculino) acordou o casamento da sua filha D. Beatriz (que na altura era ainda uma criança) com o rei João I de Castela. Este tratado, que visava consolidar a paz entre Portugal e Castela, estabeleceu um acordo sobre a sucessão das duas coroas e que garantia a independência de Portugal. Neste acordo: - Se D. Fernando não tivesse mais descendentes, o trono de Portugal seria herdado pelo descencente do casamento entre D. João de Castela e D. Beatriz, enquanto que o trono de Castela seria herdado pelo filho do primeiro casamento de D. João de Castela (D. Henrique). - Se nem D. Beatriz nem D. Fernando tivessem mais sucessores, a coroa portuguesa passaria para o monarca castelhano. - Em qualquer das situações, em caso de morte de D. Fernando, e se não houvesse um sucessor maior de 14 anos, ficaria como regente a Rainha D. Leonor Teles. Sete meses após a assinatura do Tratado morreu D. Fernando, sem mais descendência. Tinha 38 anos. Assim, D. Beatriz, que na altura do falecimento de D. Fernando não tinha descendentes, foi aclamada rainha de Portugal. Conforme o estipulado no Tratado de Salvaterra D. Leonor Teles assumiu a regência do reino. Esta regência desagradava à maioria do povo português, que receava a entrega do reino a Castela.
Mestre de Avis (D. JOÃO I)
Mestre de Avis (D. JOÃO I)

Antes de casar com D. Fernando, D. Leonor contraíra matrimónio, quando muito jovem, com João Lourenço da Cunha, de quem teve um filho Álvaro da Cunha. Este casamento foi anulado para que D. Leonor se casasse secretamente com D. Fernando, algo que desagradou ao povo.A ligação de D. Leonor ao Conde Andeiro também contribuiu para os tumultos que se registaram em muitas cidades e vilas quando ela assumiu a regência do Reino. Pouco tempo após a morte do rei, era já o Conde Andeiro que, segundo o cronista Fernão Lopes, “desambargava com a rainha todolos desembargos do reino”. Estes factos estiveram na origem da preparação de um golpe de Estado, com a intenção de afastar a regente e matar o seu conselheiro, o Conde Andeiro. D. João, Mestre da Ordem Militar de Avis (meio-irmão ilegítimo de D. Fernando) - que, por ser cunhado de D. Leonor (ver esquema genealógico), dispunha de acesso facilitado ao Paço Real, foi escolhido para executar o golpe planeado.
No dia marcado para o golpe, aliados do Mestre de Avis fizeram circular por Lisboa a notícia de que o Mestre estava no palácio e corria perigo de vida. Face a esta informação o povo começou a dirigir-se ao palácio para tentar salvar o Mestre que, na verdade, até matar o Conde Andeiro não corria perigo algum.Ao chegar ao palácio, ao ver o Mestre vivo e o Conde morto, o povo aclamou o Mestre de Avis, contra a vontade deste, como “Regedor e Defensor do Reino”, impelindo os cidadãos mais ricos e notáveis a aderir à sua causa e atacando aqueles que julgava opor-se à rebelião.Face a esta situação, D. Leonor Teles viu-se obrigada a fugir para Santarém, terra onde tinha apoiantes e pediu ajuda ao seu genro, o rei de Castela. A rebelião alastrou rapidamente a todo o País. A população dividiu-se e também em várias localidades onde os senhores tinham aderido à causa de D. Beatriz, o povo tomou castelos e fortalezas. Em algumas localidades, a população (chamada “arraia-miuda”) atacou os seus senhores mesmo quando estes se declaravam apoiantes do Mestre de Avis. Este facto pode ser interpretado como um sinal de que, para o povo, não estava apenas em causa a questão da sucessão e da indepêndencia. Ou seja, esta revolta estava profundamente ligada a questões de índole social, as questões que estavam na origem de conflitos que apareciam por toda a Europa.
D. Nuno Álvares Pereira: O Condestável
Em 1384, para defender o direito ao trono de sua mulher, D. Beatriz, o rei de Castela invadiu Portugal e cercou a cidade de Lisboa, tendo no caminho atacado localidades que não se haviam ainda declarado a favor da rebelião. Contudo, os habitantes de Lisboa resistiram e o cerco foi levantado quando um surto de peste atacou as tropas castelhanas, obrigando D. João I de Castela a retirar-se. Esta invasão castelhana fez com que as cidades e vilas de Portugal se dividissem entre as que apoiavam a rebelião, ou seja o Mestre de Avis, e as que apoiavam “o usurpador”, ou seja D. João de Castela. Apenas algumas praças se mantiveram fiéis à Regente D. Leonor Teles que, apesar da antipatia de que era alvo, não defendia a anexação de Portugal por Castela, e era a legítima governante de Portugal. Face à revolta popular, D. Leonor acabou por apoiar a invasão. Neste mesmo ano, o exército português, comandado por D. Nuno Álvares Pereira, já havia vencido os castelhanos, na Batalha dos Atoleiros. Em 1385, nas Cortes de Coimbra, João das Regras defendeu com sucesso a legitimidade do Mestre na sucessão da Coroa portuguesa, "derrotando" os outros pretendentes nacionais: os infantes D. João e D. Dinis (meios-irmãos de D. Fernando) e a rainha D. Leonor. O Mestre de Avis foi aclamado D. João I de Portugal. O rei de Castela invadiu novamente Portugal com um numeroso exército, que incluía alguns membros da alta nobreza portuguesa que sempre o haviam apoiado. O confronto de D. João I com os castelhanos na Batalha de Aljubarrota viria a revelar-se decisivo: apesar de estarem em inferioridade numérica, os Portugueses, utilizando a "táctica do quadrado" e como apoio dos Ingleses (que enviaram uma companhia dos seus famosos arqueiros) obtiveram a vitória. O apoio dado pela baixa nobreza e pela burguesia foi recompensado por D. João I, que lhes concedeu privilégios, cargos, títulos e terras, antes pertencentes à alta nobreza e aos apoiantes de D. Beatriz. Esta “nova nobreza” contribuiu para o início de uma nova época na História de Portugal.Apesar de a vitória na Batalha de Aljubarrota ter afastado o perigo da perda da independência, foi apenas em 1411, no reinado de D. João II de Castela (sucessor de Henrique III e neto de João I), que a independência de Portugal foi reconhecida por Castela.

7º ANO: REVOLUÇÃO DE 1383-85 (crise do século XIV)-HISTÓRIA de PORTUGAL

Crise do século XIV em Portugal
Crise do século XIV
Situação socioeconómica
Portugal, tal como outros países da Europa, na segunda metade do século XIV, sofreu vários períodos de fomes, de epidemias e de guerras. O País mergulhou numa grave crise que abrangeu o final do reinado de D. Afonso IV (1325-1357) e se prolongou pelos reinados de D. Pedro I (1357-1367) e de D. Fernando I (1367-1383) e que veio terminar a relativa paz social e o desenvolvimento económico que haviam marcado a época de D. Afonso III e de D. Dinis. No mundo rural enfrentava-se a diminuição da produção agrícola, a subida dos preços dos alimentos, e a falta e o elevado preço da mão-de-obra. Os reis portugueses, à semelhança de outros monarcas europeus, tomaram várias medidas para tentar colmatar estes problemas. D. Afonso IV publicou leis sobre o trabalho e sobre o tabelamento dos salários e D. Fernando I publicou a Lei das Sesmarias. Esta lei, entre outras medidas, obrigava todos os proprietários rurais a manter as suas terras cultivadas e os camponeses a trabalhar nos campos. No entanto, devido ao envolvimento de D. Fernando em vários conflitos e, principalmente devido à questão da sucessão do trono de Castela, a crise - que aparentava ter abrando durante o reinado de D. Pedro I – voltou. Assim, apesar das medidas tomadas, o envolvimento na questão da sucessão do trono de Castela terá agravado a situação do País, tornando piores as condições de vida do povo. Estas condições estiveram na origem de várias revoltas populares, como as que tiveram lugar em 1371, quando do casamento de D. Fernando e D. Leonor Teles, e as que resultaram da guerra com Castela.
Situação política
Após o assassinato, em 1369, de D. Pedro I de Castela pelo seu meio-irmão, D. Fernando considerou ser sua obrigação intervir na sucessão do reino vizinho. O rei assassinado era seu primo e D. Fernando considerava ser o herdeiro mais legítimo ao trono de Castela que D. Henrique, uma vez que era bisneto legítimo de D. Sancho IV de Castela. Apoiado pelas principais casas nobres portuguesas (e algumas de Castela), D. Fernando invadiu Castela. Esta intervenção acabou por envolver Portugal, de forma indirecta, na interminável Guerra dos Cem Anos, que opunha Ingleses a Franceses e seus aliados. Como Castela era aliada dos Franceses, Portugal foi associado à facção Inglesa. De início a guerra correra bem para Portugal, principalmente porque Castela (contando com o apoio claro da França) teve de dividir o seu exército por várias frentes: Navarra, Aragão, Andaluzia, Galiza, Granada e, claro, Portugal. No entanto, em 1371, e apesar do sucesso português face a Castela, tornou-se evidente que seria a aliança França-Castela a ganhar a Guerra dos Cem Anos. Tal poderia revelar-se perigoso para Portugal. Para prevenir essa situação, D. Fernando assinou com Castela o tratado de Alcoutim. Neste tratado acordava-se a troca de alguns territórios, a sua desistência ao trono de Castela e o casamento do rei português com a filha do rei de Castela.No entanto, e ainda em 1371, D. Fernando ignorou o tratado casando-se com D. Leonor Teles. Este casamento esteve na origem do tratado de Tui, com o qual D. Fernando ganhou tempo pois conseguiu não se comprometer com a França, no entanto, ter de lhe fazer guerra. Quatro meses após a assinatura do tratado de Tui, D. Fernando firmou uma aliança com Inglaterra, facto que foi visto por D. Henrique de Castela como uma declaração de guerra. Portugal iniciou ataques contra navios mercantes da facção franco-castelhana. Em resposta, Castela invadiu Portugal e avançou até Lisboa, uma vez que os exércitos de D. Fernando preferiram fugir a defrontar as forças de D. Henrique. Com Lisboa cercada, D. Fernando foi obrigado a assinar a paz e a anular a sua aliança com Inglaterra, em 24 de Março de 1372. Entre 1373 e 1880, vendo-se incapacitado de fazer a guerra, D. Fernando virou-se para a administração do Reino, tendo criado leis de grande utilidade, embora nem todas populares, como a já referida Lei das Sesmarias. Em 1380, com a subida ao trono de um novo rei em Castela (D. João I), D. Fernando julgou ver uma oportunidade de conseguir uma vitória militar sobre Castela. Por intermédio de um antigo aliado, o fidalgo João Fernandes Andeiro (Conde Andeiro), que se encontrava exilado em Inglaterra, fez saber aos Ingleses que pretendia atacar Castela. Os Ingleses apoiaram a iniciativa. O mais entusiástico era o Duque de Lencastre que, por ser casado com a filha do falecido D. Pedro de Castela, se via como possível candidato ao trono castelhano. Assinaram-se acordos (Estremoz - 1380) em que se o Duque de Lencastre garantia a possibilidade de Portugal expandir o seu território para norte e o envio de uma força militar inglesa. Estipulava-se ainda o casamento da Infanta de Portugal, D. Beatriz, com o sobrinho do Duque de Lencastre. Com a vitória dos Portugueses, o Duque tornar-se-ia Rei de Castela e aliado de Portugal. No entanto, antes que o exército inglês chegasse a Portugal, o rei de Castela antecipou-se e atacou o Alentejo, as Beiras e Trás-os-Montes. A situação degradou-se pelo rasto de destruição que o exército inglês deixou ao longo da sua passagem a caminho da frente de batalha, provocando pilhagens nas vilas portuguesas que, supostamente, deveriam ajudar a proteger.

terça-feira, 29 de abril de 2008

7º ANO: FILME "IVAN, O TERRÍVEL"-IDADE MÉDIA

IVAN, O TERRÍVEL
Título original: Ivan Groznyj
Realizador: Sergei B. Eisenstein
Actores: Nikolai Cherkasov, Lyudmila Tselikovskaya, Serafima Birman, Mikhail Nazvanov, Mikhail Zharov, Amvrosi Buchma, Mikhail Kuznetsov, Pavel Kadochnikov, Andrei Abrikosov, Aleksandr Mgebrov, Maksim Mikhajlov, Vsevolod Pudovkin.
Origem: URSS
Ano: 1945
Duração: 95 minutos
Ivan Vassilievitch, (1547-1584) Ivan IV, o primeiro czar da Rússia, ficou sobretudo conhecido pelas suas decisões drásticas e actos de crueldade, ma foi também o responsável pela unificação do país, um impulsionador da cultura, especialmente da imprensa, e um leitor ávido e escritor competente, autor de escritos políticos, orações e música sacra.
O filme, uma encomenda do próprio Estaline, foi originalmente concebido como uma trilogia, mas ficou-se apenas pelas duas primeiras partes, já que Eisenstein morreu antes de poder completar a terceira. O ditador soviético parece ter apreciado a primeira parte, mas a segunda, na qual via uma crítica ao seu próprio despotismo, foi banida e só viu a luz do dia em 1958, quando tanto Estaline como Eisenstein já haviam morrido.
A primeira parte do filme descreve a forma como Ivan consolidou o seu poder, com o apoio dos camponeses. A segunda relata as maquinações dos Boiardos, que tentam em vão assassinar o czar, e as consequentes medidas repressivas do soberano, que consegue descobrir e reprimir violentamente todas as conspirações tecidas contra si. Embora a película tenha sido maioritariamente filmada a preto e branco, encontram-se duas cenas a cores no final da segunda parte.

7º ANO: FILME "DECAMERON"-IDADE MÉDIA

DECAMERON
Título original: Il Decameron
Realizador: Pier Paolo Pasolini
Actores: Franco Citti, Ninetto Davoli, Jovan Jovanovich, Vincenzo Amato, Angela Luce, Giuseppe Zigaina, Gabriella Frankel, Vincenzo Crito, Pier Paolo Pasolini.
Origem: Itália / França / Alemanha
Ano: 1970
Duração: 110 minutos
Uma adaptação de nove histórias incluídas no "Decameron" de Bocaccio, em que Pasolini satiriza a Igreja e os costumes medievais.
Excelente reconstituição da vida quotidiana em Itália no final da Idade Média.

7º ANO: FILME "JOANA D´ARC"-IDADE MÉDIA

JOANA D'ARC
Título original: The Messenger: The Story of Joan of Arc
Realizador: Luc Besson
Actores: Milla Jovovich, John Malkovich, Faye Dunaway, Dustin Hoffman, Tchéky Karyo, Vincent Cassel, Pascal Greggory, Richard Ridings, Desmond Harrington, Timothy West, Rab Affleck, Stéphane Algoud, Edwin Apps, David Bailie.
Origem: França
Ano: 1999
Duração: 170 minutos
Em 1412 nasce, em Domrémy, França, uma menina chamada Joana, filha de camponeses. Os tempos são de guerra, Guerra dos Cem Anos entre a Inglaterra e a França, e os Ingleses ocupam o território francês, procurando impor os termos do tratado de Troyes. Ao atingir a idade de 16 anos Joana D'Arc, criada num ambiente místico-religioso, assume a incumbência, que, segundo ela, lhe estava reservada por Deus, de expulsar os Ingleses de França. Liderando o exército francês, consegue a libertação de Orleães, possibilitando a coroação de Carlos, o Delfim. Contudo, acaba por ser capturada pelos ingleses e julgada segundo a lei inglesa. Acusada de bruxaria, é condenada à fogueira. A sentença foi executada no dia 30 de Maio de 1431, tinha Joana D'Arc 19 anos.

7º ANO: FILME "A PAIXÃO DE JOANA D´ARC"-IDADE MÉDIA

A PAIXÃO DE JOANA D'ARC
Título original: La Passion de Jeanne d'Arc
Realizador: Carl Theodor Dreyer
Actores: Maria Falconetti, Eugene Silvain,André Berley, Maurice Schutz, Antonin Artaud, Michel Simon, Jean d'Yd, Louis Ravet, Armand Lurville
Origem: França
Ano: 1928
Duração: 110 minutos
Trata-se do último filme mudo do cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer e ao mesmo tempo da sua obra-prima. O filme baseia-se nos manuscritos oficiais do processo de julgamento da donzela de Orleães e foi filmado oito anos depois da canonização de Joana e dez anos após o fim das I Guerra Mundial, acontecimentos que terão pesado na realização (os capacetes dos ocupantes ingleses de 1431, por exemplo, assemelham-se aos do exército inglês na Grande Guerra). Durante mais de cinquenta anos, a película foi dada como perdida, até que em 1980 foi descoberta uma cópia original num hospício em Oslo. De realçar que nenhum dos actores usou maquilhagem, o que era de todo invulgar na época do cinema mudo. Dreyer achava que isso emprestaria uma força acrescida ao rosto dos actores, que ele captou quase exclusivamente em grandes planos.

7º ANO: FILME "HENRIQUE V"-IDADE MÉDIA

HENRIQUE V
Título original: Henry V
Realizador: Kenneth Branagh
Actores: Derek Jacobi, Kenneth Branagh, Simon Shepherd, James Larkin, Brian Blessed, James Simmons, Charles Kay, Alec McCowen, Fabian Cartwright, Stephen Simms, Jay Villiers.
Origem: Reino Unido
Ano: 1989
Duração: 137 minutos
Uma reconstituição histórica do reinado de Henrique V, rei de Inglaterra entre 1413 e 1422, que, aproveitando as dissensões que dilaceravam a França, dividida entre Armagnacs e Borguinhões, pretendeu fazer valer os seus direitos ao trono francês e reiniciou a Guerra dos Cem Anos. Obteve uma grande vitória na batalha de Azincourt, em 25 de Outubro de 1415, e com o apoio de Isabel da Baviera e do duque da Borgonha assinou o Tratado de Troyes, que lhe deu como esposa Catarina de Valois e o título de regente do reino de França.

7º ANO: FILME "HENRIQUE V"-IDADE MÉDIA

HENRIQUE V
Título original: Henry V
Realizador: Laurence Olivier
Actores: Leslie Banks, Felix Aylmer, Robert Helpmann, Vernon Greeves, Gerald Case, Griffith Jones, Morland Graham, Nicholas Hannen, Michael Warre, Laurence Olivier, Ralph Truman, Ernest Thesiger, Roy Emerton, Robert Newton, Freda Jackson.
Origem: Reino Unido
Ano: 1944
Duração: 135 minutos
Rodando em tempo de guerra com o intuito de reforçar o moral do país e das tropas britânicas, Henrique V é mesmo assim a primeira adaptação de uma obra de Shakespeare que consegue ser ao mesmo tempo fiel à obra e profundamente cinematográfica. Laurence Olivier, que na altura cumpria serviço militar, foi dispensado para poder realizar o filme, depois de uma recusa de William Wyler.

7º ANO: FILME "ROMEU E JULIETA"-IDADE MÉDIA

ROMEU E JULIETA
Título original: Romeo e Giullieta
Realizador: Franco Zeffirelli
Actores: Leonard Whiting, Olivia Hussey, John McEnery Milo O'Shea, Pat Heywood, Robert Stephens, Michael York e Bruce Robinson.
Origem: Itália
Ano: 1968
Duração: 143 minutos
Franco Zeffirelli adapta ao grande ecrã a obra imortal de Shakespeare sobre a história de dois amantes separados pelo ódio das respectivas famílias.
Uma excelente reconstituição da Verona medieval que valeu 4 nomeações para os Óscares.

7º ANO: FILME "INÊS DE PORTUGAL"-IDADE MÉDIA

INÊS DE PORTUGAL
Título original: Inês de Portugal
Realizador: José Carlos de Oliveira
Actores: Heitor Lourenço, Ruy de Carvalho, Cristina Homem de Mello, Carlos Cabral, Rogério Jacques.
Origem: Portugal
Ano: 1997
Duração: 90 minutos
A arrebatadora paixão entre Pedro e Inês de Castro é brutalmente interrompida quando Inês é assassinada, vítima de intrigas políticas e em nome dos interesses do reino.
Pedro só pensa em vingar o amor perdido e capturar e castigar os responsáveis pela morte da sua amada.

7º ANO: FILME "O NOME DA ROSA"-IDADE MÉDIA

O NOME DA ROSA
Título original: Der Name der Rose
Realizador: Jean-Jacques Annaud.
Actores: Sean Connery, Christian Slater, Valentina Vargas, Elya Baskin, Michael Lonsdale, F. Murray Abraham.
Origem: Itália / Alemanha / França
Ano: 1986
Duração: 130 minutos
Depois de uma morte misteriosa numa abadia dominicana, em 1347, os monges convencem-se de que o Apocalipse está para chegar.
Um monge franciscano, William de Baskerville, é chamado para tentar solucionar o inexplicável crime. Só que as mortes continuam, e é chamada a Inquisição. William e o seu jovem ajudante correm contra o tempo para provar a inocência dos injustamente acusados e evitar os excessos do inquisidor Bernardo Gui.
Uma excelente reconstituição da época medieval, com um desfecho surpreendente, embora o filme prescinda de alguns dos artifícios literários da magnífica obra homónima de Umberto Eco na qual se baseia.

7º ANO: FILME "FRANCISCO DE ASSIS"-IDADE MÉDIA

FRANCISCO DE ASSIS
Título original: Fratello Sole, Sorella Luna
Realizador: Franco Zefirelli
Actores: Graham Faulkner, Judi Bowker, Leigh Lawson, Kenneth Cranham, Lee Montague, Valentina Cortese, Alec Guinness, Michael Feast, Nicholas Willatt, John Sharp, Adolfo Celi. Origem: Itália / Reino Unido
Ano: 1972
Duração: 135 minutos
Nesta reconstituição bastante fiel da vida de S. Francisco de Assis acompanharemos a vida do Santo desde antes da sua conversão até à sua audiência com o papa.
Uma magnífica recriação da Itália Medieval, que em alguns cenários faz lembrar "Romeu e Julieta", de 1967, também de Zefirelli.