segunda-feira, 21 de abril de 2008

A GUERRA COLONIAL: ARMAMENTO DA GUERRILHA

Das GuerrilhasOs movimentos de libertação utilizaram armamento e equipamento de diversas proveniências, mas a grande maioria do seu material de guerra tinha origem em países do bloco socialista. A URSS e os seus aliados foram os principais fornecedores das forças de guerrilha. Os tipos de armas individuais e colectivas, ligeiras ou pesadas, eram os mesmos, embora por vezes os modelos mais antigos do que aqueles que equipavam os respectivos países, incluindo a China. Ao longo da guerra, e sobretudo no seu início, surgiram armas e minas de países ocidentais, nomeadamente pistolas-metralhadoras Thompson, minas italianas e inglesas e metralhadoras alemãs, sendo algumas destas armas também utilizadas pelas tropas portuguesas. Os movimentos de libertação, apesar de algumas dificuldades em armar e equipar as suas forças, dispuseram, de modo geral, de armas mais adequadas à guerra do que os soldados portugueses. Neste campo, como no da organização, instrução e capacidade para combater, o PAIGC foi o movimento que dispôs de melhor e mais moderno material, cobrindo toda a panóplia de meios, desde o armamento ligeiro para a infantaria aos morteiros, lançadores de foguetes e obuses de artilharia, armas anti antiaéreas, incluindo mísseis, e viaturas blindadas, que utilizou no início de 1974, no Sul da Guiné, no ataque à guarnição de Bedanda. Estava prestes a dispor de aviões, contando já com os respectivos pilotos. A Frelimo também evoluiu rapidamente na capacidade para operar armas mais eficazes e em grande quantidade, preparando-se para o emprego de mísseis antiaéreos em 1974, tendo já elevada capacidade para usar minas. O MPLA, por sua vez, após vários anos de grandes dificuldades de acesso a fornecimentos de material, que reflectia a indefinição dos seus apoios políticos, melhorou rapidamente o potencial militar a partir da instalação na Zâmbia, o que lhe permitiu obter hegemonia no Leste de Angola. A FNLA recebeu sempre o apoio do Congo-Zaire e do seu exército, mas empregou as suas capacidades, prioritariamente, no combate ao MPLA e em disputas internas, enquanto a UNITA se defrontou com carências de toda a ordem, sendo o movimento mais fracamente armado.

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