segunda-feira, 28 de abril de 2008

8º ANO: TERRAMOTO DE LISBOA DE 1755

O terramoto de 1755
(...) O terramoto teve início às 9 horas e 40 minutos do Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro de 1755. A terra tremeu três vezes, num total de 17 minutos, e, durante vinte e quatro horas, a terra não deixou de estremecer.
Gravura em cobre de 1755
 mostrando 
Lisboa em chamas e o tsunami varrendo o porto.
O sismo teve o epicentro no mar, a oeste do estreito de Gibraltar, atingiu o grau 8,6 na escala de Richter e o abalo mais forte durou sete intermináveis minutos. Por ser Sábado, acorreram mais pessoas às preces. As igrejas tinham os devotos mais madrugadores. Só na igreja da Trindade estavam 400 pessoas. Se os abalos tivessem começado mais tarde, teria havido mais vítimas, pois os aristocratas e burgueses iam à missa das 11 horas. Depois dos abalos, começaram as derrocadas. O Tejo recuou e depois as ondas alterosas tudo destruíram a montante do Terreiro do Paço e não só.


Era o fim do mundo!
Como era dia de guarda (como se chamava dantes aos feriados religiosos), havia muitas velas acesas nas casas e nos altares das igrejas. Além disso, o dia estava muito frio, o que fez com que as pessoas tivessem deixado as lareiras acesas em casa.
Além do terramoto em terra, sentia-se o maremoto no mar e no rio. Os barcos que estavam no rio começaram a rodopiar e a afundar-se a pique.
Abriram-se falhas na terra, em zonas como Alcântara, Sacavém, S. Martinho, Azeitão e Setúbal. Dessas falhas, surgiu água, vento e vapores.
Passado algum tempo, houve um segundo abalo muito violento.
A cidade incendiou-se. As velas e as lareiras que tinham sido deixadas acesas ajudaram a chamas

a crescer ainda mais.
Os incêndios lavraram por grande parte da cidade durante intermináveis dias. Foram dias de terror. As igrejas do Chiado e os conventos ficaram destruídas. A capital do império viu-se em ruínas, já para não falar de outras zonas do país, como o Algarve, muitíssimo atingida pelo sismo e maremotos subsequentes.
O Terramoto de Lisboa em 1755 (Reid, 1914), que provocou cerca de 30.000 vítimas mortais (Mendonça, 1758), levou à devastação da capital, devido ao efeito combinado do sismo e do maremoto e incêndio que se seguiram.
Podes ler aqui uma BD de Geraldes Lino sobre o grande terramoto de Lisboa:
Podes ler também “O Dia do Terramoto” de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada:

A REAL BARRACA
Com o terramoto de 1755, a família real que residia na altura nos Paços da Ribeira «fugiu» para os altos da Ajuda, abrigando-se na Quinta da Ninfa, “numa construção de madeira, que serviu de «palácio provisório», até se perder num fogo em 1796, obrigando a família real a mudar novamente de morada (desta vez para o Palácio de Queluz, recentemente concluído).” (Marques, 1995).
Embora a família Real e a Corte se encontrassem nesse dia em Belém, zona oriental da cidade onde os efeitos do terramoto não se fizeram sentir com tanta intensidade, o Rei ficou tão perturbado com o acontecimento que se recusou a viver em edifícios de alvenaria. D. José I mandou então erigir no alto da Ajuda, local de pouca actividade sísmica, um palácio de madeira e pano, a que se chamou Real Barraca ou Paço de Madeira.
Em substituição da “Real Barraca” foi edificado o Palácio Nacional da Ajuda. O projecto de Francisco Xavier Fabri de 1795 teve início apenas em 1802, sofrendo várias alterações, sendo as mais profundas introduzidas por M. Caetano de Sousa. Hoje em dia, embora inacabado, é a maior residência real de Lisboa, fazendo parte do vasto património arquitectónico e arqueológico classificado como Monumento Nacional e Zona Especial de Protecção.
O rei D. José I (1714 – 1777) e a família real, que passara a noite em Belém, foram poupados. O monarca, receando a ocorrência de novos sismos, decidiu que, até ao fim dos seus dias, jamais viveria debaixo de tetos de pedra, mandando erguer um palácio de madeira e materiais leves, o Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda, edificado  no alto da Ajuda. Construído em madeira para melhor resistir a abalos sísmicos, ficou conhecido por Paço de Madeira ou Real Barraca. 
Este novo Paço, foi a residência da Corte durante cerca de três décadas, até que em 1794, no reinado de D. Maria I (1734-1816), um incêndio o destruiu por completo, bem como a grande parte do seu valioso recheio.

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