segunda-feira, 28 de abril de 2008

8º ANO: O ABSOLUTISMO EM PORTUGAL: D.JOÃO V- O OURO DO BRASIL - TALHA DOURADA

A ÉPOCA DE D. JOÃO V- O OURO DO BRASIL


D.João V

A época de D. João V foi o período de maior fluxo de ouro brasileiro, mas o aumento da receita pública e privada não se repercutiu em transformações duradouras no plano económico, ou em modificações sensíveis na estrutura social portuguesa.
O rei consumiu quase tudo quanto ao estado coube do rendimento das minas brasileiras na manutenção de uma corte luxuosa e em gastos enormes relacionados com o prestígio real, no entanto, o dinheiro não podia, por si só, resolver nenhum problema. A sua utilização reflectia a mentalidade e formação das pessoas que o utilizavam.
A época de D. João V caracteriza-se pela inexistência quase completa de quadros empresariais, pela falta de gente preparada para se servir da riqueza como instrumento criador de nova riqueza.
Em Portugal, havia falta de elites em todos os campos: na cultura, na arte, na política, na economia. A inexistência de empresários activos conduziu ao não surgimento, nas épocas do ouro, de empreendimentos reprodutores de riqueza.
O Tejo era apenas um porto de passagem de valores que afluíam a regiões de economia mais desenvolvida, produtoras dos bens que os portugueses consumiam mas não sabiam produzir. A Inglaterra foi a mais beneficiada dessas regiões.
A abundância do ouro atraiu vários estrangeiros, que procuravam instalar indústrias ou eram encorajados pelo Estado a produzirem em Portugal os bens importados. A maior parte destas iniciativas saíram malogradas por falta de organização económica.
A mais importante realização pessoal de D. João V foi o projecto de construção de um edifício gigantesco, de proporções que excediam de longe tudo quanto até então se edificara em Portugal: o Palácio Convento de Mafra.
O Palácio-Convento possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, constituída por cerca de 40 000 livros, e numerosas obras artísticas encomendadas pelo monarca no país, em França, Flandres (de onde procedem os dois carrilhões de 92 sinos) e Itália. Inácio de Oliveira Bernardes, Masucci, Giaquinto, Lironi ou Ludovisi são alguns dos artistas que participaram nesta empreitada joanina, e durante o reinado de D. José criou-se mesmo a Escola de Escultura de Mafra, dirigida pelo italiano Alessandro Giusti, e por onde passou Machado de Castro.
O aqueduto das Águas Livres, obra monumental de D. João V, resistiu ao terramoto como
edifício, e forneceu água a várias fontes; contudo só resolveu parcialmente o problema da falta de água, especialmente quando os particulares – gentes ligadas à nobreza e à Igreja – começam a ter os seus próprios ramais privados.
O objectivo principal do aqueduto era abastecer os chafarizes que, entretanto, tinham sido construídos de propósito um pouco por toda a cidade. Eram eles o Chafariz das Amoreiras, o de Entrecampos, Janelas Verdes, Estrela, Rato, Carmo, Esperança, Cais do Tojo, Flores e muitos outros. Alguns destes chafarizes também tinham tanques para a lavagem de roupa.

Igreja de Santa Clara, de Francisco Miguel da Silva, 1730.
 Um dos melhores exemplares de talha dourada do barroco joanino
O Barroco e a Talha Dourada
O que é a talha dourada?

Podemos dizer que é uma escultura feita em madeira (principalmente carvalho e castanho) que depois é recoberta por uma fina película de ouro.Já existia no tempo dos Egípcios e Gregos e também podemos encontrá-la em templos budista e confuncionistas assim como em mesquitas muçulmanas.Na Europa desenvolveu-se principalmente durante o Barroco nos séculos XVII e XVIII.
Em Portugal a talha dourada é, como o azulejo, um verdadeiro fenómeno nacional tendo atingido a sua maior importância entre 1690 e 1790. Uma explicação para o grande desenvolvimento da talha dourada em Portugal pode ser a grande quantidade de ouro que nos chegava do Brasil durante o reinado de D. João V.

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