Mário de Andrade(1928-1990)
Dirigente nacionalista angolano, foi um dos primeiros e mais destacados líderes do MPLA, juntamente com Viriato da Cruz.
Pertencia a uma família de angolanos nacionalistas, sendo o seu pai fundador, em 1928, da Liga Nacional Africana.
Em 1948, juntamente com o seu irmão Joaquim, iniciou estudos de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Aqui, os irmão Pinto de Andrade relacionaram-se com estudantes das colónias, participando, com Agostinho Neto e outros, na criação do Centro de Estudos Africanos. Perseguido pela PIDE, refugiou-se em Paris, formando-se em Sociologia pela Sorbonne.
Mário de Andrade vai distinguir-se por sempre ter lutado pela unidade entre todos os movimentos de libertação contra o colonialismo português, sendo muito próximo de Amílcar Cabral, Marcelino dos Santos e Aquino de Bragança, com os quais fundou o MAC, Movimento AntiColonial. Afastar-se-ia progressivamente do MPLA, tendo trabalhado no final da sua vida em Moçambique e na Guiné-Bissau.
Mário de Andrade |
Pertencia a uma família de angolanos nacionalistas, sendo o seu pai fundador, em 1928, da Liga Nacional Africana.
Em 1948, juntamente com o seu irmão Joaquim, iniciou estudos de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Aqui, os irmão Pinto de Andrade relacionaram-se com estudantes das colónias, participando, com Agostinho Neto e outros, na criação do Centro de Estudos Africanos. Perseguido pela PIDE, refugiou-se em Paris, formando-se em Sociologia pela Sorbonne.
Mário de Andrade vai distinguir-se por sempre ter lutado pela unidade entre todos os movimentos de libertação contra o colonialismo português, sendo muito próximo de Amílcar Cabral, Marcelino dos Santos e Aquino de Bragança, com os quais fundou o MAC, Movimento AntiColonial. Afastar-se-ia progressivamente do MPLA, tendo trabalhado no final da sua vida em Moçambique e na Guiné-Bissau.
7 comentários:
Caro Hugo
Saúde para si e para a família. Nós por cá tudo normal excepto a complicação dos disparates dos amigos da Firma UPA- PDA que se pretendem grandes vítimas do nacionalismo angolano quando é certo sofrerem do nacionalismo de ricos…
Deves estar ao corrente de que provavelmente na 2ª quinzena de Setembro se deve realizar o congresso popular para modificações disciplinares no nosso movimento. Como todos os membros do comité Director devem assistir a ele, era e é máxima conveniência que respondesse ao telegrama que o MPLA te enviou confirmando a minha aceitação da proposta do presidente Nkrumah e tua a fim de eu ficar a trabalhar em Accra.
Convém que me responda se recebeu o telegrama e quando conta que eu possa aparecer aí, para também aqui se fazer um plano de trabalho de sorte a minha ausência mesmo inopinada não prejudique a boa marcha das coisas.
Recomendações da minha família à sua.
Abraço e saudações nacionalistas.
Ao seu dispor
Leo , 30/08/ 1962
José Domingos
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTA��O DE
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE
COMIT�
DIRECTOR
NACIONALISTAS ANGOLANOS
Transcreve-se a nota N� .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comit� Executivo da Uni�o das popula�es de ANGOLA:
� Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organiza�o militar, que se dirigia a Nambuangongo em miss�o de socorro �s popula�es cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela trai�o, cercada e feita prisioneira por grupos armados da Uni�o das Popula�es de Angola que actuam no corredor de entrada e sa�da dos patriotas angolanos.
Desde aquela data at� hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , n�o sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comit� Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos �rg�os dirigentes da UPA
Diante desse crime de lesa - p�tria e que enodoa o digno movimento patri�tico do povo angolano.
O Comit� Director do M.P.L.A. Faz o mais en�rgico protesto contra esse acto anti - patri�tico, que visa a enfraquecer a resist�ncia armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
Sob pena desse � affaire � ser levado imediatamente ao conhecimento da opini�o p�blica e dos organismos internacionais , o comit� Director do MPLA
� - exige a imediata liberta�o de todos os nossos compatriotas;
� - exige a entrega de todos as armas, muni�es e demais bagagens
� - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e
� - responsabiliza, desde j� , a uni�o das popula�es de Angola pela
� - vida desses nossos valorosos compatriotas.
� Na expectativa, subscrevemo-nos
Atenciosamente
(ass) Mario Pinto de Andrade
Viriato da cruz
Matias Migu�is
Eduardo dos Santos
Hugo de Menezes
UMA CR�TICA MUITO DURA AOS M�TODOS DO MPLA
Ao saber da conversa ocorrida em Acra (Ghana), L�cio Lara reagiu: � Os cubanos falam de mais�
HUGO AZANCOT DE MENEZES
Longe de mim a pretens�o de ter feito hist�ria ou de escrev�-la.
Contudo, vivi factos que envolvem, tamb�m , outros protagonistas.
Alguns, figuras ilustres. Outros, gente humilde, sem nome e sem hist�ria, relacionados, apesar de tudo, com per�odos inolvid�veis das nossas vidas.
Alguns destes factos , ainda que de fraca relev�ncia, podem ter interesse, como � entrelinhas da Hist�ria�, para ajudar a compreender situa�es controversas.
Conheci Ernesto Che Guevara em Acra , em 1964, e comprometi - me a n�o publicar alguns temas abordados na entrevista que tive o privil�gio de lhe fazer como � rep�rter� do jornal Fa�lha.
J� se passaram mais de 30 anos. O contexto actual � outro.
Pela primeira vez os revelo, na certeza de que j� n�o � o quebrar de um compromisso, nem a profana�o de uma imagem que no
A entrevista realizou-se na resid�ncia do embaixador de Cuba em Acra , Armando Entralgo Gonz�lez, que nos distinguiu com a sua presen�a.
Ali estava Che�
A sua tez muito p�lida contrastava com o verde - escuro da farda.
As botas negras, impecavelmente limpas.
Encontrei-o em plena crise de asma, Socorria - se , ami�de, de uma bomba de borracha.
Che Guevara , deus dos ateus, dos espoliados e dos explorados do terceiro mundo, deus da guerrilha, tinha na m�o uma bomba, n�o para destruir mas para se tratar� de falta de ar. Aspirava as bombadas, dando sempre mostras de um grande auto -dom�nio.
Fora-me solicitado que submetesse o question�rio � sua pr�via aprecia�o - e assim o fiz.
Uma das quest�es dizia respeito � cultura da cana - de - a�car em Cuba.
Como encarava ele a aparente contradi�o de combater teoricamente a monocultura - apan�gio dos sistemas de explora�o colonial e t�o t�pica dos sistemas de explora�o colonial e t�o t�pica do subdesenvolvimento - ao mesmo tempo que fomentava, ao extremo, a cultura da cana e a produ�o de a�car - mono -produto de que Cuba se tornaria, afinal, cada vez mais dependente?
Outro tema que nos preocupava, a n�s , africanos, era o papel dos cidad�os cubanos de origem africana na revolu�o cubana e a fraca representa�o deles nos �rg�os de direc�o dos pa�s e do partido, os quais tinham proscrito qualquer discrimina�o racial.
N�o constituiria o comandante Juan D�Almeida - �nico afro - cubano na direc�o do partido - uma excep�o?
Entretanto, a crise de asma agudizava-se , o que nem a mim me dava o � - vontade requerido nem, obviamente, ao meu interlocutor a disposi�o necess�ria para o di�logo.
Insistiu para que eu o iniciasse. Ao responder - lhe que n�o me sentia � vontade para faz�-lo, em virtude de seu estado, disse - me em tom provocante e com certa ironia :� Vejo que voc� � um jornalista muito t�mido.�
No mesmo tom lhe respondi, que n�o me tinha pronunciado como jornalista, mas como m�dico .� Comandante, as suas condi�es n�o lhe permitem dar qualquer entrevista�, disse-lhe eu.
Olhando-me , meio surpreso e sempre ir�nico, replicou: � Companheiro, eu n�o falo como doente, tamb�m falo como m�dico.
Em meu entender, estou em condi�es de dar a entrevista.�
Mas a crise de asma n�o melhorava, tornando imposs�vel o di�logo. Foi necess�rio adi�-lo.
Reencontr�mo-nos dias depois. Estava, ent�o, quase euf�rico. Referindo-se � atitude dos cidad�os cubanos de origem africana, � sua fraca participa�o na revolu�o, disse n�o gostar de se referir � origem ou � ra�a dos homens.
Apenas � esp�cie humana, a cidad�os, a companheiros.
Manifestei-lhe a minha total concord�ncia. �A verdade �, disse-lhe eu, �� que a revolu�o cubana tinha suscitado em todos n�s , africanos, uma enorme expectativa, muita esperan�a, pois que, pela primeira vez, assistia-mos a um processo revolucion�rio de cariz marxista, num pa�s subdesenvolvido e eis - colonial , tendo, lado a lado, cidad�os de origem europeia e africana, e onde a discrimina�o racial tinha sido, e ainda era, t�o not�rio.�
Cuba seria pois, para n�s, africanos, um teste. Segu�amos atentamente a sua evolu�o e quer�amos ver como seria resolvido este problema.
Muitos, em �frica, mostravam-se c�pticos. Mais do que interesse, da nossa parte existia ansiedade.
Segundo Che Guevara , a popula�o de origem africana, a principio, n�o participava no processo. Via-o com uma certa indiferen�a, como mais uma luta�
�deles�. Mas a desconfian�a estava a desaparecer, era cada vez maior a ades�o, � medida que iam constatando que este processo era totalmente diferente daqueles que o precederam. Que era um processo para todos.
Che Guevara acabava de chegar do Congo - Brazzaville.Visitara as bases do MPLA em Cabinda (de facto, na zona fronteiri�a Congo/ Brazzaville /Cabinda) .
Pedi - lhe que me desse as impress�es da sua visita. Che n�o era um diplomata, mas um guerrilheiro, e foi directamente � quest�o:
� O MPLA tem ao seu dispor condi�es de luta excepcionais.
Quem nos dera a n�s que, durante a guerrilha, em Cuba, tiv�ssemos algo compar�vel. Mas estas condi�es n�o est�o a ser devidamente aproveitadas, exploradas �
O MPLA n�o luta, n�o procura o inimigo , n�o ataca�
O inimigo deve ser procurado, deve ser fustigado, deve ser perseguido, mesmo no banho. Agostinho Neto est� a utilizar a luta armada apenas como mero instrumento de press�o pol�tica.�
Dei parte da conversa a Agostinho Neto. N�o reagiu. Tal como a L�cio Lara, que me respondeu:
� Os cubanos falam demais.�
Mas Che falava verdade. Durante v�rios anos, na minha qualidade de respons�vel dos servi�os de assist�ncia m�dica da 2� regi�o pol�tico - militar do MPLA (Cabinda ) , fui disso testemunha a cada passo.
A� e assim , como contesta�o a esta e outras situa�es id�nticas, surgiria dentro do movimento, antes de Abril de 1974, a Revolta Activa.
Hugo Jos� Azancot de Menezes foi m�dico. Foi um dos fundadores do MPLA
PARTIDO AFRICANO DA INDEPEND�NCIA DA GUIN� E CABO VERDE
Sede: Bissau
Conacry , 20 de Fevereiro de 965
Mr. Hugo MENEZES
P.O.BOX 1633
ACCRA (Ghana)
Caro amigo,
Em resposta � sua carta de 23 de Novembro �ltimo, temos a dizer-lhe o seguinte:
1�/ - A iniciativa da publica�o, no Ghana, de um jornal em l�ngua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, n�o podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam � concretiza�o dessa ideia;
2�/ - Nesse intuito, pensamos p�r, em breve, � vossa disposi�o, algum material escrito e fotogr�fico, expor -vos as nossas sugest�es e enviar - vos a colabora�o escrita que nos pedem;
3�/ - Dada que a sua carta nos chegou num per�odo em que o nosso secret�rio geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas h� alguns dias, n�o nos foi ainda poss�vel enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro n�mero do jornal. Contamos, entretanto, poder faz�-lo brevemente.
Apresente as nossas melhores felicita�es a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.
Com os melhores votos, queiram receber as nossas
SAUDA��ES COMBATIVAS
VASCO CABRAL
SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUIN�E
O PERCURSO De DR HUGO JOS� AZANCOT DE MENEZES
Hugo de Menezes nasceu na cidade de S�o Tom� a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.
Aos tr�s anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino prim�rio.
Nos anos 40, fez o estudo secund�rio e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na funda�o e direc�o de associa�es estudantis, como a casa dos estudantes do imp�rio juntamente com M�rio Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das col�nias de express�o inglesa como Joshua Nkomo( ent�o presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabu�),George Houser ( director executivo do Am�rican Commitee on �frica),Al�o Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nig�ria e baston�rio da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumi� ( presidente da UPC, Uni�o das popula�es dos Camar�es),Bem Barka (na altura secret�rio da UMT- Uni�o Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucion�rias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( pol�ticos nacionalistas das ex. col�nias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o ent�o embaixador da Guin�-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este �ltimo pediu para ir para Conacry, n�o s� com objectivo de exercer a sua profiss�o de m�dico como tamb�m para prosseguir as actividades pol�ticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao j� independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decis�o do pr�prio presidente Sekou -Tour�.
Ainda em 1959 funda o movimento de liberta�o dos territ�rios sob a domina�o Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2� confer�ncia dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspond�ncia e di�logo ass�duos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influ�ncia junto do presidente Sekou-tour� a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que ent�o pudessem lan�ar o grito da liberdade.
L�cio Lara e sua fam�lia foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eug�nia Cruz , M�rio de Andrade , Am�lcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Concei�o Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo Jos� Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro n�cleo da OMA ( fundada a organiza�o das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Concei�o Boavida ( esposa do Dr Am�rico Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de S�o Tom� e Pr�ncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Migu�is .
Na resid�ncia de Hugo, noites e dias �rduos ,passados em discuss�es e trabalho� nasce o MPLA ( movimento popular de liberta�o de Angola).
Desta forma � criado o 1� comit� director do MPLA ,possuindo Menezes o cart�o n� 6,sendo na realidade Membro fundador n�5 do MPLA .
De todos ,� o �nico que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.
A 5 de agosto de 1961 parte com a fam�lia para o Congo Leopoldville ,a� forma com outros jovens m�dicos angolanos rec�m chegados o CVAAR ( centro volunt�rio de assist�ncia aos Angolanos refugiados).
Participou na aquisi�o clandestina de armas de um paiol do governo congol�s.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da r�dio GHANA para emiss�es em l�ngua portuguesa.
Em Accra , contando unicamente com os seus pr�prios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Fa�lha.
Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como rep�rter do mesmo jornal, na resid�ncia do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na r�dio Ghana juntamente com a sua esposa nas emiss�es de l�ngua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo portugu�s ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emiss�es s�o ouvidas por todos cantos de Angola.
Em 1966�� criada a CLSTP (Comit� de liberta�o de S�o Tom� e Pr�ncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.
Neste mesmo ano d�-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma � deposto. Nesta sequ�ncia ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representa�es diplom�ticas que praticavam uma pol�tica favor�vel a Nkwme Nkruma s�o obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequ�ncia , Hugo foge com a fam�lia para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo Jos� Azancot parte com esposa para a rep�blica popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e d�o apoio aos guerrilheiros das bases em especial � Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congol�s para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remunera�o.
Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como m�dico da segunda regi�o militar: Dirige o SAM e d� assist�ncia m�dica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do territ�rio Angolano, onde � alcunhado � CALA a BOCA� por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em sil�ncio.
Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino prim�rio e secund�rio em Dolisie ,onde ele e sua esposa d�o aulas.
Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a dif�cil e prolongada vida de sobreviv�ncia ,em 1972 parte para Brazzaville.
Em 1973,descontente com a situa�o no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irm�os M�rio e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signat�rios do � Manifesto dos 19�, que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de C�u Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a sa�da do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necess�rio a interven�o do pr�prio Liceu Vieira Dias).
Em 1977 � convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .
Na d�cada de 80 exerce o cargo de presidente da junta m�dica nacional ,dirige e elabora o primeiro simp�sio nacional de rem�dios.
Em 1992 participa na forma�o do PRD ( partido renovador democr�tico).
Em 1997-1998 � diagnosticado cancro.
A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura m�tica da historia Angolana.
CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)
Brazzaville ,18 de Setembro de 1961
Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:
Saudações cordiais. Em resposta à sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organização.
Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documentação.
a) Alojamento: O comité Administrativo da nossa organização resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os médicos morassem juntos num sistema de mêsse, numa villa que satisfizessem as condições exigidas para todos os casais.
b) O local de trabalho é junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.
c) As deslocações são à cargo da organização
d) Aguardamos a oficialização do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.
e) Não há propriamente honorários. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim serão as verbas para manutenção dos médicos e suas famílias.
E é tudo. Aceite as nossas melhores saudações fraternais com um abraço amigo.
Pelo comité Administrativo do
CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS
Américo BOVOADIDA (Secretário Geral)
(CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES,UM DOS FUNDADORES DO MPLA).
Ao Comité Director do M.P.L.A.
BRAZZAVILLE
Brazzaville,11 de Agosto de 1972
Prezados camaradas
Durante os últimos quatro anos, procurei dar a minha modesta
Contribuição à luta de libertação do povo Angolano ,como militante
Médico do MPLA. Mas a usura ( Física e sobretudo Psíquica ) provocada por estes quatro anos de permanência em DOLISIE, talvez de
Certo modo aliada aos 45anos que se aproximam , reduziram em muito a
Minha capacidade de luta e de trabalho; presentemente ,sinto-me incapaz
De dar ao MPLA toda a contribuição que a luta exige de um militante activo.
Continuando - Se a isso for autorizado pela Direcção do Movimento - como membro do MPLA, ao qual gostaria de poder dar uma contribuição
,ainda que ,de agora em diante limitada ,procurarei trabalhar como médico ,fora da organização ,retomando contactos de há muito perdidos com a medicina.
Queiram aceitar ,prezados camaradas ,as minhas melhores saudações.
HUGO DE MENEZES
Enviar um comentário