Os instrumentos de avaliação
A diversidade e a subjectividade dos instrumentos de avaliação
A subjectividade inerente à interpretação dos dados recolhidos está inevitavelmente omnipresente, por maior rigor e objectividade que se queira dar ao uso dos instrumentos de avaliação, quer se trate de uma observação directa do aluno em situação, quer se trate da análise das respostas aos itens de um teste (neste caso, devido não só à interpretação das próprias respostas, como também às contingências ligadas à selecção dos conteúdos, formas de apresentação gráfica, linguagem utilizada…).Consoante os avaliadores, as interpretações podem ser mais ou menos variadas, tanto na utilização de instrumentos de índole qualitativa (como os que se utilizam na observação directa) ou de índole quantitativa ou psicométrica (como as fichas/testes sumativos).Não obstante, a subjectividade é muito maior quando se trata da interpretação dos dados da observação de comportamentos sócio-afectivos e consideravelmente menor quando se aplicam fichas/testes de aproveitamento, de natureza cognitiva, desde que devidamente adequados aos alunos que se tem e de acordo com o processo de ensino/aprendizagem que foi desenvolvido.Deste modo, há que aceitar a subjectividade em avaliação "como condição para um aprofundamento dos problemas e uma melhor aproximação da realidade" (1) e procurar, na medida do possível, diminuí-la, diversificando os instrumentos de avaliação.
"A utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação não permite ‘ver’ o aluno sob todos os ângulos, o que pode induzir em erros graves.
Se há alunos que evidenciam melhor as suas competências com um determinado tipo de instrumento, cumpre ao professor prepará-los para poderem responder o mais adequadamente possível, qualquer que seja o instrumento utilizado.
Há que saber dosear a utilização de técnicas e instrumentos de avaliação, racionalizando-os no sentido de potencializar o seu rigor e atenuar as dificuldades do seu uso." (2)(1) e (2) Baseado em Instrumentos de Avaliação — diversificar é preciso, folha do IIE no âmbito do projecto "Pensar avaliação, melhorar a aprendizagem".
Elisa Vila Nova, Avaliação dos alunos – Problemas e soluções, Texto Editora, 2001. (Adaptado)
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