quarta-feira, 7 de maio de 2008

7º ANO: CRISTIANISMO

A conquista de Roma
Nascida por volta do ano 30, a Igreja conquista também Roma, a capital do império, por volta de 50. Cerca de dez anos mais tarde, os apóstolos Pedro* e, depois, Paulo, instalam-se ali. Ambos são lá executados entre os anos 64 e 67, ao mesmo tempo que os primeiros mártires. Roma toma-se, a partir daí, o centro da Igreja, e aos bispos que presidem ao seu destino é dada uma primazia, cada vez mais reconhecida, sobre outros bispos. O cristianismo, trazendo uma resposta às buscas espirituais da época, conhece desde logo uma rápida expansão através das colónias romanas. Além disso, possuiu a auréola de prestígio que rodeia as religiões orientais, particularmente apreciadas na época. O seu crescimento não é afectado pelas perseguições de que é alvo, decretadas pelos governadores locais ou, por vezes, pelo próprio imperador, que as generaliza a todo o território imperial. Desde o seu nascimento que os ensinamentos sobre a igual dignidade dos seres humanos seduziu os escravos e os meios mais pobres, mas, ao pregar um Deus único, atraiu também mentes brilhantes pertencentes às classes médias e à aristocracia. Nos séculos II e III, autores de grande envergadura com formação clássica, como Ireneu, Tertuliano e Orígenes lançam, na esteira de outros escritores - os Padres Apostólicos do século I -, os fundamentos da teologia cristã. E, ao mesmo tempo que a unidade do Império Romano começa a vacilar, provocando o desaparecimento progressivo da religião oficial, a Igreja afirma-se como urna força nova, a única capaz de reavivar uma sociedade abalada pelo enfraquecimento das suas estruturas. De perseguida, passa em alguns anos a aliada e alicerce do poder imperial. Em 313, o imperador Constantino concede-lhe a liberdade de culto e proclama-se seu protector. Nos séculos IV e V, o cristianismo estende a sua influência a todo o império e começa mesmo a converter os bárbaros, populações que vivem nas fronteiras das províncias de Roma. Aprofunda simultaneamente a sua doutrina sobre Deus, que possui uma única natureza em três pessoas, a Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo -, e sobre Jesus, proclamado ao mesmo tempo Deus e homem. Na verdade, o cristianismo defende a pureza dos seus princípios contra as heresias, correntes que se afastam daquilo que reconhece como a Tradição. Reúnem-se concílios* sob a égide do imperador, que examinam e condenam aqueles que são declarados hereges, entre os quais os mais brilhantes são Ario e Nestório. Os decretos aí aprovados definem, ainda com maior rigor, e recorrendo a conceitos da filosofia clássica, os dogmas fundamentais (pessoa, essência, natureza). Este trabalho teológico é levado a cabo por bispos que são não apenas pastores mas também grandes teólogos, como Cirilo de Alexandria, Atanásio, João Crisóstomo. Durante estas discussões doutrinais, o bispo de Roma tenta intervir com autoridade.
Fonte: ABCdário do Cristianismo, Público.

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